Boletim Informativo #2 de 2018 (Edição especial - Marielle Franco)

15/03/18 09:19

PSOL-CE promove ato no Benfica em memória de Marielle Franco

O PSOL do Ceará promove logo mais, às 17h, um ato na Praça da Gentilândia para protestar contra o bárbaro assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL). O ato é articulado em parceria com movimentos feministas e de mulheres, movimentos sociais e sindicatos e integra um calendário de manifestações que acontecerão simultaneamente em todo o País ao longo do dia.

Marielle foi morta a tiros na noite da última quarta feira, 14, no bairro do Estácio na cidade do Rio de Janeiro. Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado no atentado e morreu. Quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016, Marielle Franco era reconhecida por sua histórica luta em defesa dos direitos humanos, especialmente em defesa dos direitos das mulheres negras e moradores de favelas e periferias, e por suas denúncias da violência policial.

“A ideia é fazer uma homenagem a Marielle e reafirmar a continuidade de sua luta. Não nos calarão com essa violência”, afirmou o deputado estadual Nestor Bezerra (PSOL). “Nós vamos cobrar a apuração desse crime bárbaro. Marielle era uma parlamentar mulher, negra, que tinha raiz em comunidades periféricas, que denunciava as violações dos direitos humanos e que foi executada numa cidade sob intervenção federal”, manifestou-se Renato Roseno, deputado estadual licenciado (PSOL) e que viajou para o Rio de Janeiro na madrugada desta quinta-feira para acompanhar a despedida à Marielle.

Texto alternativo

Continuidade da luta - A direção nacional do PSOL lançou nota manifestando o pesar diante da morte de Marielle e de Anderson Pedro Gomes, o motorista que lhe acompanhava. “Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse momento de dor e indignação. A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta”, diz a nota.

Segundo o PSOL, não é possível descartar a hipótese de crime político, ou seja, de execução. “Marielle tinha acabado de denunciar a ação brutal e truculenta da PM na região do Irajá, na comunidade de Acari. Além disso, as características do crime com um carro emparelhando com o veículo onde estava a vereadora, efetuando muitos disparos e fugindo em seguida reforçam essa possibilidade. Por isso, exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!”

Nos dias que antecederam seu assassinato, Marielle vinha denunciando a intervenção federal e a violência na cidade. E também questionando a ação da Polícia Militar. "Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", escreveu no twitter comentando a morte do jovem Matheus Melo, assassinado na favela do Jacarezinho após sair da igreja com a namorada.

Também nas mídias sociais, Marielle classificou o 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro de "Batalhão da morte". "O que está acontecendo agora em Acari é um absurdo! E acontece desde sempre! O 41° batalhão da PM é conhecido como Batalhão da morte. CHEGA de esculachar a população! CHEGA de matarem nossos jovens", escreveu.

Investigação - Em nota, a Anistia Internacional cobrou a investigação do assassinato. “O Estado, através dos diversos órgãos competentes, deve garantir uma investigação imediata e rigorosa do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro e defensora dos direitos humanos Marielle Franco”, diz o texto. “Não podem restar dúvidas a respeito do contexto, motivação e autoria do assassinato de Marielle Franco”.

Já a Defensoria Pública da Unão destacou que Marielle "protagonizou incansável luta pela garantia dos direitos humanos e contra desigualdades" e classificou como "alarmante" o histórico de execuções de defensores de direitos humanos no Brasil. "A imediata apuração da autoria do crime e de todas as suas motivações e circunstâncias é medida imperativa, pois não há dúvidas de que o homicídio de uma parlamentar eleita e no exercício do seu mandato configura inaceitável violência contra o próprio Estado Democrático de Direito", manifestou-se a entidade.


Serviço: Marielle e Anderson, presentes! Vigília em memória da vereadora Mareille Franco (PSOL-RJ) e Anderson Pedro Gomes. Quinta-feira, 15, às 17h, na Praça da Gentiândia.