A desinformação tem sido uma arma fundamental para a extrema-direita na atual disputa de hegemonia política no mundo. Ela se tornou um instrumento de ataque às bases democráticas e passou a se configurar como uma grave violação aos direitos humanos. A avaliação é do deputado estadual Renato Roseno (PSOL), que na noite da última terça-feira (28), participou da live “Combater a desinformação para defender a vida!”.
O deputado é um dos signatários da denúncia protocolada na semana passada na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) contra Jair Bolsonaro. Na denúncia, cerca de 100 parlamentares, juristas, professores e entidades de defesa dos direitos humanos acusam o presidente de violações contra o povo brasileiro em função da defesa e da divulgação de informações falsas durante a crise do coronavírus.
A denúncia foi o tema da live, promovida pelo gabinete da vereadora Karen Santos, do PSOL de Porto Alegre (RS), articuladora da petição protocolada na CIDH. Além de Renato, participaram o encontro virtual a própria Karen, o advogado João Arzeno, do Coletivo Nacional de Advogados dos Servidores Públicos; a deputada federal Fernanda Melchiona (PSOL - RS); a professora Valdete Severo, presidente da Associação Juízes pela Democracia; e o professor Rafael de Sampaio, doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná.
“A extrema direita tem se afirmado como um campo político que não quer proteção social do trabalho, não quer a ciência, os investimentos na universidade pública e a proteção ambiental. Ela é anti-intelectualista, é contra a própria razão. E a desinformação serve a essa disputa de hegemonia”, afirmou Renato. “Denunciar esse tipo de violação de direitos é fundamental para superarmos a crise do coronavírus. E superar essa crise significa estabelecer uma nova sociabilidade política e econômica”.
Segundo a denúncia protocolada na CIDH, a violação de direitos fundamentais se dá pelo método mentiroso, caótico e contraditório com que a Presidência da República conduz as informações relativas à gravidade e aos riscos da pandemia, assim como pela omissão em relação às ações de informação e educação em saúde. O objetivo da ação é fazer com o governo brasileiro seja responsabilizado pela incitação à exposição desnecessária ao vírus e pela disseminação de informações equivocadas sobre a pandemia e a saúde coletiva.
"O Estado brasileiro, por meio de sua Presidência da República, tem adotado a prática sistemática de confundir seus cidadãos e suas cidadãs acerca dos riscos a que eles e elas e seus entes queridos estão expostos por conta da doença provocada pelo novo coronavírus, o que é especialmente grave diante da elevada letalidade dessa doença nas hipóteses de ausência de adoção de medidas preventivas que, por sua vez, dependem do adequado esclarecimento da população", acusam os signatários. (Texto: Felipe Araújo / Foto: Divulgação)
[+] Saiba mais: Confira aqui a íntegra da live com a participação de Renato Roseno.
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