Hoje é o Dia Nacional de Enfrentamento à Situação de Rua de Crianças e Adolescentes. Em todo o Brasil, organizações da sociedade civil vão promover atos e manifestações para cobrar do poder público informações concretas e políticas efetivas sobre o problema.
Os protestos acontecem no dia em que a “Chacina da Candelária” completa vinte e seis anos. A tragédia que vitimou oito crianças e adolescentes no Rio de janeiro em 1993, chocou o Brasil e o mundo. Mais de um quarto de século depois, nosso país ainda não sabe quantas crianças e adolescentes estão em situação de rua e o IBGE afirma não ter uma metodologia que permita mensurar a realidade das pessoas que sobrevivem nessas condições.
Em Fortaleza, será organizada uma caravana que passará alguns órgãos públicos, onde os participantes entregarão documentos e as crianças e adolescentes entregarão suas cartas com reivindicações. A concentração acontece às 13h, em frente ao Colégio Paulo Benevides, na Messejana. Entre os órgão visitados, estão SDHDS, Guarda Municipal, Habitafor e Paço municipal.
Os organizadores das manifestações alertam que o fato de não possuirmos dados consolidados nacionalmente sobre essa questão condena esses refugiados urbanos à ausência completa de cidadania. Fatores como a crise migratória, o alto índice de desemprego e o desalento no país agravam essa realidade. É urgente, portanto, diagnosticar a real sitação dessa população para conhecer quem são, quantos são, onde estão, como vivem; e assegurar seus direitos.
A Defensoria Pública da União (DPU), ajuizou uma ação civil pública solicitando ao IBGE a inclusão deste público no Censo 2020. Houve sentença favorável, a União pediu a suspensão da decisão, foi atendida e a DPU recorrerá ao Tribunal Regional Federal da 2.ª Região para que o IBGE inclua as pessoas em situação de rua no Censo 2020. (Foto: Agência Brasil)