Foi um 8 de março unificado, grande e bonito! Milhares de pessoas participaram no último domingo do ato em Fortaleza que celebrou o Dia Internacional de Luta das Mulheres. Com bandeiras de denúncia do fascismo, do machismo, do racismo e da LBTfobia, uma enorme marcha percorreu as ruas da Praia de Iracema. Houve ato político e cultural no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
Segundo a organização, cerca de 10 mil pessoas participam do ato em Fortaleza. Ao lado da temática feminista, a manifestação reafirmou as lutas em defesa da democracia e contra a política de retirada de direitos sociais por parte do governo ultraneoliberal de Bolsonaro e Guedes. E também cobrou respostas sobre o assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL morta em março de 2018 em um crime político ainda sem solução. Outras manifestações similares ocorrem também em pelo menos outras 15 capitais brasileiras.
Em outros países da América Latina, o 8 de março foi marcado por manifestações históricas, como a de Santiago, no Chile, que teve mais de um milhão de participantes. Em países da Europa, como Portugal, as manifestações de domingo também exigiram respostas sobre o assassinato de Marielle.
As mulheres brasileiras já provaram que estão na linha de frente dos processos de luta e resistência contra a onda conservadora que tomou o governo do país. Os atos de rua que foram convocados às vésperas do primeiro turno da eleição de 2018 com o #EleNão, mostraram a potência do movimento de mulheres ativistas feministas e a sua importância para enfrentar os retrocessos que são impostos ao povo trabalhador. Muito dessa energia foi renovada no último domingo com os atos do 8 de março.
Segundo o deputado estadual Renato Roseno (PSOL), o patriarcado e o machismo são relações de poder injustas e assimétricas, e a sociedade tem se constituído a partir dessas relações que prejudicam historicamente as mulheres. "É por isso que seguimos com tantos episódios de feminicídios, com mulheres sendo mortas por companheiros, namorados, em uma epidêmica situação de violência sexual, em que o patriarcado e o machismo transformam o corpo feminino em objeto de poder", afirma.
Para ele, é importante seguirmos falando de gênero e consolidando a luta por mais avanços em termos de direitos e garantias para as mulheres. "Do contrário, os homens continuarão a ser educados reproduzindo o imaginário patriarcal atravessado pela masculinidade tóxica".