Na tarde da última quarta-feira, 19, aconteceu na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, requerida pelo mandato É Tempo de Resistência a pedido da juventude indígena, a audiência pública “Na defesa do direito à vida e contra a violência sofrida pela juventude indígena”.
Na ocasião foi lançado o teaser do documentário de nome homônimo ao da audiência, dirigido por Renato Tupiniquim e realizado pela Coordenação Nacional da Juventude Indígena, com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos.
O dia 19 de abril é conhecido como o Dia do Índio, mas Weibe Tapeba, coordenador das organizações dos povos indígenas do Ceará (COPICE) e vereador de Caucaia pelo PT, lembrou que “Nós não temos motivos pra comemorar – são 23 terras indígenas no Ceará e só uma está regulamentada”.
Os diversos preconceitos e discriminações sofridas pelos povos indígenas foram o centro das discussões. “As pessoas acham que índio come carne crua e anda pelado. A sociedade brasileira tem que esquecer isso!”, disse Matheus Tremembé, representante da juventude indígena metropolitana e do litoral. Lucas Guerra, do Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos (CDPDH), relembrou os deboches dos quais são vítimas os índios, quando, hoje, se afirmam como tal. “O Estado do Ceará é um estado que não respeita seus povos indígenas, que não os valoriza. Que tem orgulho de suas raízes culturais, mas que faz um imenso esforço para esconder seus povos indígenas”, declarou.
Estiveram presentes também, na audiência realizada pela Comissão de Direitos Humanos e conduzida pelo deputado Renato Roseno, Ronaldo Queiroz, da Associação para o desenvolvimento Local Coproduzido (ADELCO); Luz Helena, do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto (MST); Régis Miranda, Coordenação da Juventude do Estado do Ceará; Marciane Tapeba, representante da juventude indígena; Meire Fontes, da Secretaria Especial de Saúde Indígena e Eliane Tabajara, coordenadora da microrregião dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, que concluiu sua fala declarando que “Nós, povos que fomos e somos massacrados, vamos gritar que existimos e que não vamos parar de lutar. Nossas raízes são profundas e resistirão ao tempo, ao passado, a tudo e a todos. Nós vamos resistir”.
Confira aqui a carta aberta da juventude indígena do Ceará por uma terra sem males e pelo bem viver dos povos indígenas, entregue ao representante da Coordenação da Juventude do Estado do Ceará no dia de ontem: http://www.renatoroseno.com.br/files/0/3/2/0324306-Carta-ind%C3%ADgenas.pdf
Assista o depoimento de Marciane Tapeba: https://www.facebook.com/RenatoRoseno50/videos/1649893008356045/