"Quando a mineração chega, tira o foco da vida, destruindo a agricultura e pecuária. Destrói a base de nossa vida", afirmou o senhor Moura, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quiterianópolis, na tarde do dia 8 de abril, durante a audiência pública sobre a mineração na região dos Inhamúns e de Crateús.
A audiência aconteceu no Ginásio Municipal Expedito de Sousa Lima, em Ipaporanga e foi realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da Assembleia Legislativa do Ceará.
Presentes, cerca de 400 participantes, entre estudantes, professores das escolas da região, organizações sociais locais (Movimento em Defesa da Vida, sindicatos de professores, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Escola Família Agrícola, paróquias) bem como vereadores de Ipaporanga, Crateús e Quiterianópolis, organizações ambientais (Instituto Bem Viver, Associação Rio Poti, Associação Caatinga), o Ministério Público Estadual, a Diocese de Crateús, a Superintendência Estadual de Meio Ambiente (SEMACE), a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) e as Prefeituras de Ipaporanga, Crateús. A presidência ficou por conta do deputado Renato Roseno.
A mineração se instala na região dos sertões de Crateús ameaçando a segurança hídrica da população, poluindo com resíduos da exploração mineral e ainda promovendo o desmatamento da vegetação entre outros impactos sobre a saúde da população e a qualidade de vida das comunidades.
Nene, liderança do Movimento Sem Terra (MST) declarou que "a principal mensagem que é lançada na região a partir dessa audiência é o risco que a mineração representa para as comunidades. Aqui foram trazidos fatos e o clima que predominou foi o do debate e da mobilização que animaram um rico processo de troca de experiências. A troca se deu entre aqueles que já sofreram os impactos da mineração, os que estão sofrendo e os que se recusam a sofrer tais impactos".