O novo normal: uma emergência climática e ambiental sem precedentes

08/11/24 15:00

As tempestades que inundaram Porto Alegre e destruíram cidades na Espanha, as secas sem precedentes na região amazônica, o furacão Milton que assolou o sul dos EUA. Todos esses eventos, recentíssimos, não são fenômenos aleatórios, não são tragédias pontuais e isoladas. Eles fazem parte do "novo normal", o modo como cientistas e pesquisadores vêm denominando o cenário mais amplo da emergência climática vivida em escala global, caracterizada por desastres e eventos climáticos extremos.

"A ciência é direta: o mundo está em estado de grave crise climática e são necessários pensar mecanismos e engrenagens de emergência a fim de reduzir e mitigar esses impactos", defende o deputado estadual Renato Roseno (PSOL-CE). O parlamentar é autor do requerimento de realização de uma audiência pública que vai tratar da emergência climática e seus impactos no estado do Ceará. O evento acontece na próxima terça-feira (12), às 14h, no Complexo de Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa (ALECE).

Para Renato, o Ceará, localizado no Nordeste semiárido brasileiro, pode e vem sendo intensamente afetado pela dinâmica das mudanças climáticas, especialmente com eventos extremos de secas, como a ocorrida entre os anos de 2012 e 2018, e eventos extremos de chuvas, com rompimento de barragens, deslizamentos de terras e alagamentos, especialmente nas áreas urbanas.

"É essencial fazermos debate sobre a emergência climática e seus reflexos no Ceará", pontua o parlamentar. "É preciso fortalecer pesquisas, trabalhos e iniciativas do poder público que forneçam apoio na tomada de decisão com base na ciência, apoio à transição energética socialmente justa, reduzindo as emissões e adaptando-se aos impactos climáticos. Precisamos fornecer às comunidades condições de adaptação às mudanças climáticas e pensar em mecanismos sustentáveis de mitigação e adaptação climática".

Legislação - No Ceará, Renato conseguiu aprovar a Lei nº 18.955/24, de sua autoria, que insere a educação climática no currículo das escolas estaduais. Nosso estado foi o primeiro a sancionar esse tipo de lei, que permite que a educação climática seja ministrada como conteúdo transversal multidimensional nas disciplinas que compõem a grade curricular, ao mesmo tempo em que ajuda a enfrentar o negacionismo e a mobilizar as novas gerações para a transição energética. (Texto: Felipe Araújo / Foto: Rafa Neddermeyer-Agência Brasil)

Áreas de atuação: Meio ambiente