Audiência pública sobre fortalecimento da economia solidária reúne organizações do Interior e da Capital

21/10/15 15:49

Público assiste a pessoas em mesa, entre elas deputados estaduais, falarem sobre economia solidária

"Cirandeiro, cirandeiro ó. Rede e solidariedade não se faz de uma mão só! Vou construindo uma rede solidária". Cantando, diversos movimentos e redes se reuniram na tarde desta quarta-feira, 21 de outubro, no Complexo das Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa, para debater a economia solidária do Ceará. A audiência pública, requerida pelos deputados estaduais Carlos Felipe (PCdoB), Elmano de Freitas (PT), Moisés Braz (PT), Rachel Marques (PT) e Renato Roseno (PSOL), congregou não só parlamentares e gestores públicos, mas também organizações do Interior e da Capital, para pensarem a transformação e políticas permanentes para a economia solidária no Estado.

"A economia solidária faz toda a diferença no campo e na cidade, aponta um novo jeito de pensar o mundo, prega a vida em uma outra realidade", afirma Izabel Cristina, assessora técnica da Cáritas Brasileira. Para Márcia Maria de Freitas, representante do Fórum Territorial do Litoral Leste e do Vale do Jaguaribe, o momento exige uma política de economia solidária consolidada, que o Executivo promova e assuma essa legislação. "Lutamos para que uma nova economia aconteça. São pessoas que não conseguem o acesso ao mercado formal e que estão construindo outras formas de se pensar o coletivo. Não estamos só almejando o financeiro, estamos construindo novas formas de viver", argumenta.

O deputado estadual Renato Roseno (PSOL) considera fundamental fortalecer a economia solidária, sobretudo em momento de crise econômica. "Que o poder público apoie os empreendimentos rurais e urbanos que geram renda, trabalho e empoderam as comunidades, libertam as mulheres, diminuem as precarizações de trabalho. O turismo comunitário é uma maneira de distribuir riquezas e preservar o meio ambiente, dar mais poder aos pequenos. Queremos que o poder público abrace esse projeto de lei da socioeconomia solidária", defende o parlamentar.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Economia Solidária, são iniciativas de projetos produtivos coletivos, cooperativas populares, cooperativas de coleta e reciclagem de materiais recicláveis, redes de produção, comercialização e consumo, instituições financeiras voltadas para empreendimentos populares solidários, empresas autogestionárias, cooperativas de agricultura familiar e agroecologia, cooperativas de prestação de serviços, entre outras, que dinamizam as economias locais, garantem trabalho digno e renda às famílias envolvidas, além de promover a preservação ambiental.

"Além disso, a economia solidária se expressa em organização e conscientização sobre o consumo responsável, fortalecendo relações entre campo e cidade, entre produtores e consumidores, e permitindo uma ação mais crítica e pró-ativa dos consumidores sobre qualidade de vida, de alimentação e interesse sobre os rumos do desenvolvimento relacionados à atividade econômica", complementa o Fórum Brasileiro de Economia Solidária, que surgiu como desdobramento das mobilizações que levaram à realização do I Fórum Social Mundial, reunindo 16 mil pessoas de 117 países, no período de 25 a 30 de janeiro de 2001, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, contrapondo-se ao Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, desde 1971.

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