"A pluralidade é que faz a humanidade. Quando nós defendemos a educação inclusiva, o que nós dizemos é que essa educação é melhor não apenas para as pessoas com deficiência, mas ela é melhor para a humanidade porque a humanidade aprenderá que ela é diversa". Falando em defesa da diversidade, Renato Roseno saudou os participantes do Encontro Estadual de Pessoas com Autismo, realizado na última sexta-feira, na Universidade do Parlamento Cearense (Unipace).
O tema do encontro, que teve apoio da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, foi "Sou autista, tenho direito ao meu próprio corpo", mesmo nome da campanha desenvolvida pela Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (Abraça), que tem por objetivo a conscientização sobre os direitos do autista à sexualidade e ao protagonismo. "Nós questionamos o estereótipo do autista como uma pessoa angelical, porque isso esteriliza essas pessoas. O autista tem de ter direito à sua própria sexualidade, ao seu próprio corpo. Temos de compreender o autismo como uma expressão da diversidade humana", defendeu Alexandre Mapurunga, representante da Abraça.
A campanha nasceu no ano passado, quando aconteceu em Fortaleza o 1º Encontro Brasileiro de Pessoas Autistas – EBA, primeira reunião de âmbito nacional, idealizada, organizada e protagonizada por pessoas autistas. O tema mais debatido e demandado pelos participantes foi “sexualidade e relacionamentos”. Jovens autistas falaram de paquera, namoro e da expectativa de construir família; ao mesmo tempo em que também relataram a repressão do descobrimento e desenvolvimento natural da sexualidade, inclusive de esterilização contra a vontade e abusos sexual.
"A gente só cresce na ousadia, a gente não cresce se aprisionando. Fazer o Encontro Nacional de Pessoas com Autismo no ano passado foi uma ousadia. E o movimento cresceu", defendeu Renato, que é autor da lei 16.094/16, que proíbe a cobrança de taxa, sobretaxa ou qualquer cobrança adicional na matrícula, renovação de matrícula e mensalidades de pessoas com deficiência. "A diversidade não é oposta à igualdade. A diversidade é um fundamento da igualdade, ela é a base dos direitos humanos. Nosso mandato tem um compromisso com a luta pelos direitos, nessa perspectiva inclusiva".