A terceira edição do ciclo de debates "Arte, Cultura e Política", promovido pelo mandato "É Tempo de Resistência", foi realizado na noite da última terça-feira (5) no Centro Cultural Bom Jardim. O tema, dessa vez, foi "Cultura, Arte, Cidade e Resistência" e o debate teve como convidados Wilbert Santos, do Bonja Roots; e Henrique Gonzaga e Kelly Anne Saldanha, do grupo Nóis de Teatro. Também participaram do encontro membros do Fórum de Cultura do Grande Bom Jardim; de representantes do Comitê Cearense pela Desmilitarização da Polícia e da Política e do Comitê Cearense Pela Prevenção de Homicídios na Adolescência; entidades ligadas à cultura em Fortaleza; além do secretário de cultura do Estado, Fabiano dos Santos.
O objetivo do debate foi trocar experiências de resistência criativa que se afirmam em Fortaleza, avaliando também sobre o acesso às políticas públicas de cultura e juventude. "A ideia é ajudar a refletir sobre o que está sendo implementado no Ceará e em Fortaleza", explica Andrea Bardawil, assessora do mandato e coordenadora do ciclo de debates. "Esse ciclo tem como objetivo avançar no debate sobre as políticas públicas para a Cultura, estimulando a transversalidade entre temas, campos de saber e áreas de ação".
Para Renato, a cidade é um palco onde novas formas de resistência se estabelecem. E em Fortaleza, segundo o deputado, há inúmeros projetos em curso. "Tem muita coisa acontecendo, tem muita resistência se desenvolvendo, por fora das políticas estatais, por fora das políticas públicas, não alcançadas por essas institucionalidades. É muito importante valorizar esse fazer, esse saber e essas resistências. Isso nos leva a pensar em novas formas democráticas", defende Renato, que afirma que os coletivos de arte e de juventude trazem consigo uma "gigantesca potência criativa".
"A recusa da injustiça social, a recusa do extermínio da juventude, da crise ambiental, essas são recusas que permitem outra pulsação democrática. E a cidade é o palco para isso acontecer", avalia Roseno. "Todo o esforço de desmilitarização da política e da polícia, o esforço contra os homicídios de adolescentes, tudo isso está fora das formas tradicionais da política representativa. Essa cidade que resiste, a partir de seus coletivos, oferece uma série de chaves de interpretação e de ação que podem inaugurar um outro tempo de criação e de invenção". (Foto: Lucas Moreira)