Lançada na manhã de hoje, dia 11 de fevereiro, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade 2016 traz o saneamento básico como tema principal e alerta para um ponto importante em um momento crítico da saúde no Brasil - a necessidade de se pensar o planejamento das cidades de modo mais ordenado, da universalização das políticas públicas e do acesso à água de qualidade. No mundo, 1 bilhão de pessoas não têm banheiro em casa e 800 milhões não têm acesso à água potável. Em Fortaleza, o esgotamento sanitário não chega para 53% da população. Por que não foram priorizadas até agora as ações de saneamento ambiental?
Durante pronunciamento hoje, o deputado Renato Roseno (PSOL) destacou a baixa execução orçamentária na área de saneamento nos anos de 2014 e 2015 no Ceará. Em 2015, pela execução orçamentária, na função Saneamento, apenas 42,20% do orçamento foi executado – e em 2014, somente 56,04%. A execução orçamentária, segundo o parlamentar do PSOL, nos anos de 2014 e 2015 aponta uma falta de prioridade nessa área - na execução de 2014, dos R$ 223.587.212,85 para saneamento ambiental, apenas 15% foram pagos.
As políticas urbanas e de saneamento são, em geral, desarticuladas. As precárias condições de moradia, de urbanização e de saneamento ambiental, refletem um modelo de desenvolvimento e de políticas urbanas que atinge aos mais pobres - habitações sem condições para adequado armazenamento de água domiciliar, localizadas em áreas íngremes ou alagadas, com precária infraestrutura e urbanização e com serviços de saneamento precários.
O que permite a infestação dos mosquitos e o avanço das epidemias nas cidades brasileiras é ausência de saneamento e de oferta contínua de água, acúmulo de lixo, falta de drenagem e de limpeza pública, falta de cuidados dentro e fora das casas para eliminar qualquer acúmulo de água parada. É necessário abandonar o uso do veneno e pensar políticas de limpeza e saneamento ambiental de forma participativa, integrada e intersetorial, racional.
Com o lema “Casa comum, nossa responsabilidade”, Renato Roseno aponta como acertada a escolha das igrejas cristãs em dar visibilidade ao tema do saneamento básico.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 é uma iniciativa das igrejas cristãs, em que participam a Igreja Católica Apostólica Romana, a Igreja Luterana, a Igreja Presbiteriana, Igreja Anglicana, Igreja Síria-Ortodoxa, o Centro Ecumênico Serviços Evangelização Educação Popular, a Igreja Visão Mundial, Igreja Batista Aliança, Conselho Nacional das Igrejas Cristãs.
Acesse o site - http://campanhas.cnbb.org.br/campanha/campanha-da-fraternidade-2016
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