Trabalho Escravo - Ceará ocupa o 4º lugar em ranking de pessoas resgatadas em trabalho escravo. No último dia 24 de fevereiro, por exemplo, um jovem manauara de 18 anos foi resgatado em pousada na Praia de Iracema - ele estava submetido a 17 horas ininterruptas de trabalho, das 5h às 22h, sem direito a folgas semanais e sem receber salário desde que chegou à Capital, em outubro de 2015. Um total de 73 trabalhadores em condições análogas ao trabalho escravo foram resgatados no Ceará, entre 2015 e 2016. Dos 234 trabalhadores resgatados entre 2013 e 2015, 40 (17%) estavam atuando na construção civil, segundo balanço da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Ceará (SRTE/CE), divulgado no dia 26 de janeiro.
"Não é possível convivermos ainda com tamanha vergonha. Até os anos de 2012, encontrava-se trabalho escravo em ambientes rurais, em algumas fazendas; hoje já temos trabalho escravo em ambientes urbanos. Nosso mandato recebeu denúncia de que os auditores fiscais fizeram libertação de trabalhadores em cruzeiros. Esse homem encontrado na Praia de Iracema, por exemplo, cumpria jornada de mais de 17 horas de trabalhos precários. Temos vários formatos de trabalho escravo: no campo, na indústria, em pousadas, na construção civil. Que modelo de desenvolvimento é esse que está sendo implantado no Ceará em que se cresce também a situação de trabalho escravo? No caso do Pecém, temos uma zona complicada: formação de um mercado que explora mulheres, por exemplo. Nosso mandato provoca a Assembleia para que possamos, juntos, debater o trabalho escravo contemporâneo e suas várias formas: exploração sexual de mulheres, na construção civil, no turismo, resgates em cruzeiros. Estamos precisando fortalecer um sistema que fiscalize o direito ao trabalho decente. Reivindico a necessidade de realizarmos uma Audiência Pública, proponho também que essa casa sedie um seminário sobre a temática", afirma o parlamentar do PSOL, Deputado Estadual Renato Roseno, durante pronunciamento no dia 9 de março.
Saiba mais: para denunciar basta acessar o portal da SRTE - www.mte.gov.br/srtece. Denuncias podem ser feitas também no Disque 100.