Segundo levantamento realizado pela Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza, os 5.650 imóveis disponibilizados pela Companhia de Participação e Gestão de Ativos do Ceará (Cearapar) para leilão teriam condições de acabar com o déficit habitacional da Capital. Atualmente, em Fortaleza, de acordo com a Fundação João Pinheiro, faltam cerca de 120 mil moradias (2018). A mudança da destinação dos imóveis, segundo especialistas e ativistas, fortaleceria a política habitacional do Estado para além do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
Os Líderes da Federação de Bairros e Favelas, Antônio Soares e Ivanildo Batista, têm expressado grande preocupação. Muitos dos terrenos, localizados predominantemente no interior do estado, estavam destinados ao “Minha Casa, Minha Vida”. “A gente recebeu vários companheiros preocupados. A destinação destes terrenos é para o programa habitacional. Essa ação (do leilão) pode barrar o sonho de muitas famílias cearenses de terem um lar. Por isso viemos procurar o apoio do deputado Renato Roseno”, ressalta Batista.
Diante desse panorama preocupante, o deputado estadual Renato Roseno (PSOL) se comprometeu em realizar uma audiência pública através da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Ceará. Com o apoio de entidades como a Associação Comunitária dos Bairros Ellery e Monte Castelo, o intuito é discutir a possível venda dos terrenos e buscar alternativas que garantam o direito à moradia.
Como parte da mobilização, a Associação Comunitária dos Bairros Ellery e Monte Castelo está em processo de identificação e listagem dos imóveis que correm risco com o possível leilão. A principal demanda da comunidade e dos representantes é clara: a suspensão imediata do leilão.
Roseno, que foi uma voz ativa contra a criação da empresa Cearapar – responsável pela destinação dos terrenos para o leilão –, enfatiza que o foco deve ser garantir direitos fundamentais para a população cearense. “Não podemos permitir que direitos básicos, como a moradia, sejam negligenciados. É preciso construir alternativas eficientes para além de geração de riquezas para os cofres do estado”, declarou.