Uma sessão solene foi realizada na última terça-feira, 15 de setembro, no Congresso Nacional, por ocasião dos dez anos de oficialização do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A péssima surpresa foi a ordem dada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para não transmitir a sessão pela TV Câmara. O PSOL compreende a determinação como um ato de censura, em retaliação aos parlamentares do partido, pelos posicionamentos firmes sobre as fortes denúncias de corrupção contra ele.
“No momento na solenidade, ele informou que a sessão não poderia ser transmitida pela televisão, porque não haveria mais transmissões de sessões que homenageassem partidos políticos. Ele faz proselitismo religioso com os canais de comunicação da Casa, mas censurou um partido político que não pactua com os desmandos”, destacou nesta quinta-feira, 17 de setembro, o deputado estadual do PSOL na Assembleia Legislativa do Ceará, Renato Roseno.
“Eduardo Cunha é denunciado pelo Ministério Público Federal, que produziu uma peça primorosa com farta qualidade da prova, que incrimina Eduardo Cunha pelo recebimento de milhões de dólares em propina. Por isso, o PSOL está solicitando o afastamento do deputado da direção do Poder. Talvez o seu ódio ao PSOL tenha esta origem”, avaliou o parlamentar, em plenário, repudiando a atitude do presidente da Câmara dos Deputados.
No dia 20 de agosto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente da Câmara dos Deputados ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro. Eduardo Cunha é acusado de ter recebido propina no valor de pelo menos 5 milhões de dólares para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras, entre junho de 2006 e outubro de 2012.
O parlamentar do PSOL na Assembleia Legislativa do Ceará aproveitou para saudar os militantes que constroem o partido e lutam por um mundo mais justo e solidário. "Aqueles que seguem juntos no nosso pequeno e aguerrido PSOL, que têm cinco deputados federais e um senador, mas é grande no seu destemor. A censura da sessão solene não apequenou o partido; pelo contrário, o engrandeceu. Vivemos um momento difícil, onde a política é criminalizada, mas mantemos coerentes com nossos princípios”, afirmou Renato Roseno.
Representatividade pelos direitos humanos
Com um senador, cinco deputados federais, 12 deputados estaduais, um prefeito em Itaocara (Rio de Janeiro) e outro na capital Macapá (Amapá) e mais 49 vereadores espalhados pelo Brasil, o PSOL tem se destacado sobretudo pela defesa dos direitos humanos, do fortalecimento e ampliação dos programas sociais e por ética na política. O partido defende reformas estruturais e estratégicas para o País, como uma reforma política que ponha fim ao financiamento empresarial das campanhas eleitorais, meio para corrupção na esfera pública.
O PSOL exige que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, devolva o processo que trata sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade - Adin 4.650, proposta pelo Conselho Federal da OAB, contra o financiamento empresarial de campanhas eleitorais. Já com seis votos favoráveis de ministros da Corte, o processo continua parado porque Gilmar Mendes pediu vistas em abril de 2014.
Por democracia, justiça social e o fim de todas as formas de discriminação, exploração e violência, o PSOL tem defendido o direito à liberdade de orientação religiosa e sexual e o respeito a mulheres, crianças, adolescentes, jovens, idosos, índios e negros. Por um Brasil mais justo, livre da homofobia, do machismo, do racismo, do sexismo, do adultocentrismo, o partido denuncia a exploração contra a classe trabalhadora, o abuso e a exploração sexual contra crianças e adolescentes, o monopólio dos meios de comunicação, a violência contra os povos tradicionais.
O PSOL está representado no Senado pelo senador Randolfe Rodrigues (Amapá). Na Câmara dos Deputados, o partido tem os deputados federais Chico Alencar (Rio de Janeiro), Edmilson Rodrigues (Pará), Glauber Braga (Rio de Janeiro), Ivan Valente (São Paulo) e Jean Wyllys (Rio de Janeiro). Nas Assembleias Legislativas, o PSOL conta com 12 deputados estaduais: Carlos Gianazzi (São Paulo), Dr. Julianelli (Rio de Janeiro), Edilson Silva (Pernambuco), Eliomar Coelho (Rio de Janeiro), Fabrício Furlan (Amapá), Flavio Serafini (Rio de Janeiro), Marcelo Freixo (Rio de Janeiro), Paulo Lemos (Amapá), Paulo Ramos (Rio de Janeiro), Pedro Ruas (Rio Grande do Sul), Raul Marcelo (São Paulo) e Renato Roseno (Ceará).
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