Comitê cearense conquista prêmio internacional do Unicef

07/11/18 17:00

O estudo "Trajetórias Interrompidas", realizado pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA) com apoio do Instituto OCA, foi considerado uma das três melhores pesquisas inscritas no concurso "Best of UNICEF Research 2018". A publicação concorreu com outras 108 pesquisas internacionais e foi considerada pelo UNICEF como um trabalho "altamente criativo e original". O resultado do concurso foi comunicado na tarde de terça-feira (6) ao presidente da Assembléia Legislativa, Dep. Zezinho Albuquerque.

Segundo o documento enviado à presidência da Assembleia, "os avaliadores ficaram particularmente impressionados com o potencial de impacto sócio-econômico e político e da força do relatório como ferramenta de defesa de direitos humanos". "Trajetórias interrompidas" analisa os homicídios na adolescência em Fortaleza e em seis municípios do Ceará (Caucaia, Eusébio, Horizonte, Maracanaú, Sobral e Juazeiro do Norte). Por meio de grupos focais e de entrevistas com os familiares dos adolescentes assassinados em 2015, o estudo reconstrói a trajetória de vida desses jovens, tirando-os da invisibilidade dos números e siglas que os cercam.

Para o deputado estadual Renato Roseno, relator do CCPHA, a premiação reconhece a relevância do trabalho do Comitê e o acerto de dar prioridade ao paradigma da prevenção da violência. "Dividimos esse reconhecimento com a equipe técnica, ativistas, profissionais, coletivos, organizações e familiares dos jovens que contribuem diariamente para a promoção da vida", destacou Renato, que entregou ao presidente da Assembleia a carta com o comunicado feito pelo Unicef. "O desafio continua sendo a implementação das 12 recomendações indicadas pelo Comitê desde 2016. Reafirmo a urgência da execução dessas medidas num cenário cada vez mais grave".

A pesquisa foi classificada pela comissão julgadora como um estudo de "de grande impacto social", resultado de um esforço técnico "corajoso e convincente, oferecendo uma maneira inovadora de conduzir e apresentar pesquisas". "A originalidade do relatório foi notada, incluindo sua estrutura envolvente e uso de histórias de vida para apresentar as evidências baseadas nas trajetórias das vítimas, efetivamente contextualizando e trazendo as descobertas para prevenir homicídios na adolescência", afirma Florence Bauer, representante do Unicef, que assina o comunicado enviado à Assembleia.

Texto alternativo

Na abertura da sessão de quarta-feira (7), Zezinho Albuquerque destacou que foi a primeira vez que o Brasil recebe o prêmio. “Estamos todos de parabéns, graças ao trabalho brilhante dos parlamentares, técnicos e apoiadores desse estudo que muito nos orgulha. Realizaremos uma solenidade para celebrar a premiação e daremos seguimento ao esse projeto”, afirmou. Renato também agradeceu a todas as pessoas e instituições que colaboraram com a pesquisa e atribuiu a premiação às parcerias firmadas pelo projeto.

“O principal desafio para as próximas gerações do nosso País é garantir o direito à vida plena e digna de toda criança e adolescente. Nosso trabalho foi unir o Parlamento, como um sujeito político da cidadania ativa que é, à universidade pública, à sociedade, ao Poder Público e a várias outras iniciativas, para buscar saber as causas desses homicídios", afirmou. "Agradeço ao presidente, por não medir esforços para o nosso comitê, toda a Mesa Diretora e a minha equipe, que visitou a todas as comunidades”, ressaltou.

Em breve, o estudo será publicado em inglês, numa edição que está sendo preparada pelo Centro de Pesquisas do Unicef em Florença, na Itália.

[+] Saiba mais: a publicação "Trajetórias Interrompidas" está disponível no endereço www.cadavidaimporta.com.br

[+] Confira pronunciamento de Renato Roseno no plenário da AL: https://bit.ly/2Ouj1b6

Áreas de atuação: Direitos Humanos