Centenas de trabalhadores e trabalhadoras sem-teto, indígenas, intelectuais, artistas e militantes dos movimentos sociais e do PSOL participaram, na noite do último sábado (3), em São Paulo, da Conferência Cidadã. O evento marcou o lançamento da pré-candidatura de Guilherme Boulos à presidência da República nas eleições deste ano. Coordenador nacional do MTST, Boulos terá como vice a líder indígena maranhense Sonia Guajajara.
"Com resistência, pé nas mobilizações e construindo um projeto a várias mãos é possível mudar o Brasil. Está se formando aqui uma aliança de diversidade entre movimentos, intelectuais, artistas e o PSOL. Precisamos ousar construir o futuro", afirmou Boulos. Segundo o líder do MTST o evento foi um "encontro de ideias e diversidade para um projeto de esquerda renovado em nosso país".
Para Boulos, a conferência se propôs a retratar o projeto de país defendido pela pré-candidatura. “Esse encontro é um retrato do que queremos, dar voz a indígenas, negros e negras, aos sem teto, artistas, mulheres, à comunidade LGBT, a toda essa gente que resiste e me inspira”, declarou. Ele também defendeu que a esquerda precisa ter ousadia e coragem para tirar o Brasil da crise, apresentando um projeto novo de país.
“Hoje, o governo entrega e negocia nossos direitos no balcão falido do presidencialismo de coalizão. Nosso estado é voltado para o um por cento dos que detém a riqueza, é sequestrado pelas corporações. É urgente a necessidade de enfrentarmos os privilégios que fazem do Brasil um dos países mais desiguais do mundo, de resgatar a democracia com participação efetiva das pessoas”, defendeu. Segundo o líder dos sem teto, a chapa formada com Sonia Guajajara terá como base a participação social e o diálogo com os movimentos sociais.
Em sua fala, Sonia disse que a conferência foi um “momento histórico” e que o projeto encabeçado por ela e Boulos se afirma como uma possibilidade de reconstrução do País. “Vamos, a partir da maioria, que somos nós, lutar contra as políticas de exclusão e extermínio, contra o modelo econômico depredador que temos em prática”, afirmou. "A aposta que estamos fazendo aqui é na convergência, superação. Não construímos isso em gabinetes, em reuniões fechadas, mas na defesa da democracia", afirmou Juliano Medeiros, presidente do PSOL.
Em entrevista ao jornal O POVO, na semana passada, Renato Roseno afirmou seu apoio à chapa. Para o deputado, a aliança do Psol com movimentos sociais, tais como o MTST e o movimento indígena, sintetiza "uma série de lutas contra os retrocessos em curso no Brasil", além da possibilidade avançar para abertura de um "novo ciclo de esquerda no País", que dialoga com as novas gerações. "A unidade deve ser construída na diversidade e pluralidade. Todas as pré-candidaturas são boas e temos muito orgulho e muito respeito por todas elas. Isso nos fortalecerá e caminharemos juntos em 2018", defendeu. (Foto: Divulgação)