O mandato do deputado estadual Renato Roseno (PSOL) se junta ao Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo na campanha por respeito às mulheres em qualquer período do ano, inclusive no Carnaval. "No Carnaval nossa voz não vale menos, nosso não é não em qualquer data", aponta o Coletivo.
Acreditando que o som das marchinhas não vai calar a voz das mulheres e também dos homens que compartilham do mesmo sentimento, o mandato reforça que, em caso de abuso ou agressão, qualquer pessoa pode ligar para o número 180 para denunciar. "O amor de Carnaval tem que ser sem violência"
O mandato do deputado estadual Renato Roseno também apoia o lançamento de um guia didático que esclarece os limites entre paquera e assédio. A ação faz parte da campanha #CarnavalSemAssédio e tem o objetivo de acabar com o clima de vale-tudo na folia. A iniciativa é da Revista AzMina em parceria com o Bloco das Mulheres Rodadas, Catraca Livre e o movimento #AgoraÉQueSãoElas, Vamos Juntas?
Em nove slides, com linguagem bem simples, curta e direta, a campanha descreve a situação aceitável, da paquera, e a situação reprovável, do assédio. Por exemplo, na paquera, "rola uma troca de olhares, um sorriso assanhado e um sinal claro do interesse das duas partes, e vem o beijo", mas no assédio "o cara puxa pelo cabelo, agarra o braço, machuca e manda um 'cala a boca' em forma de beijo". Uma das peças aponta que "homem com pegada é aquele que sabe beijar e transar gostoso, fazer a mulher ter prazer e nunca mais esquecer", mas "homem assediador pega mulher à força, beija sem pedir permissão e usa a expressão 'ter pegada' como desculpa".
As situações de assédio são típicas de vivências que as mulheres já sofreram ou que qualquer pessoa presenciou ou ouviu falar. Na paquera, "o cara curte uma mulher, chega perto e puxa assunto ou tenta se incorporar na rodinha dela". No assédio, "o cara chama ela, uma completa desconhecida, de 'gostosa' e 'delícia', ela provavelmente vai ficar com medo". O slide ressalva que pode ser que alguém até goste desse tipo de abordagem. "Mas as chances de você cometer um assédio ao invés de elogiar são muito grandes", acrescenta.
A campanha foi lançada no Carnaval porque o assédio contra as mulheres aumenta muito nesse período. As organizadoras da campanha entendem que o álcool ajuda a extrapolar os limites, mas não justifica agressões. Em um dos slides, a campanha aborda inclusive o uso de substâncias psicoativas. Na paquera, "o cara quer usar alguma droga e quer a companhia dela nessa experiência. Ele oferece e diz do que se trata e aceita se ela disser sim ou não". No assédio, "ele tem medo que ela diga não. Então, pra garantir, vai lá e joga no copo dela sem que ela perceba".
Para saber mais sobre a campanha e visualizar todos os slides, clique aqui.
Para que o Carnaval continue sendo uma grande celebração da alegria, é fundamental respeitar a opinião, o corpo e a autonomia das mulheres. Os casos de violência contra a mulher podem ser denunciados, a qualquer época do ano, pelo Ligue 180.
Para denunciar a exploração sexual de crianças e adolescentes, vale lembrar também do Disque 100, que funciona durante 24 horas, todos os dias, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas de qualquer lugar do Brasil por meio de discagem direta e gratuita, via telefone fixo ou móvel.
Na hora da folia e ao longo de todo o ano, é importante cuidar da saúde. Manter relações sexuais com camisinha previne doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez não planejada. E folia boa mesmo é sem o uso abusivo de drogas. O lembrete "se for dirigir, não beba" é sempre válido. Quem for pegar a estrada, deve verificar as condições do veículo, não exceder os limites de velocidade e nem guiar na contramão.