O deputado Renato Roseno participou neste sábado (10) do programa "Síntese em Ação", do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe, em emissora de rádio local. A entrevista teve início com o debate sobre a crise política que abala o Brasil.
Roseno destacou as denúncias relacionadas ao presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, investigado pela Operação Lava Jato e também pela Justiça da Suíça por possuir contas secretas naquele país. Ele destacou a ação do PSOL, que ingressou na Comissão de Ética da Câmara pedindo o afastamento do deputado, e defendeu a necessidade de outros partidos e da sociedade em geral reagirem à presença de Cunha naquela Casa legislativa. "A maioria social tem que virar maioria política", afirmou.
A crise econômica também foi discutida pelo deputado. Ele criticou as opções do governo federal, que tem apenado os trabalhadores com cortes de direitos, arrocho e negação das pautas das diversas categorias em greve, ao passo que beneficia o agronegócio e o capital financeiro, setores que estão representados no governo.
Os impactos dessas escolhas prejudicam mais os mais pobres e agrava outros problemas sociais. "No Nordeste, nós estamos vivendo uma crise mais aguda ", afirmou Renato Roseno, destacando que hoje as cinco cidades que mais sofrem com a violência no Brasil são nordestinas.
A violência também foi tema de comentários de ouvintes que questionaram Roseno sobre a proposta de redução da maioridade penal. Roseno criticou a medida e destacou que o Brasil já é o quarto país em população carcerária, o que não fez o país diminuir a violência, ao contrário.
A saída, para Roseno, passa pela ampliação e não negação de direitos e a aposta em alternativas coletivas. Diante desse quadro, ele defendeu que "ao invés de pensarmos em como alterar a lei, nós temos que pensar em como aplicar as leis existentes que determinam investimentos prioritários para crianças e adolescentes". Não é o que ocorre hoje. Segundo o deputado, 65% dos adolescentes que cometem atos infracionais já estavam fora da escola.
"Problemas complexos não podem ter saídas rasas. Colocar gente pobre na cadeia pela ausência de tudo é a coisa mais velha e convencional que existe. E é injusto. Porque o andar de cima nunca é alvo do sistema penal", afirmou, acrescentando que "a nossa juventude não pode habitar as cadeias, ela tem que habitar a escola, as praças, a cultura e a democracia para que possam reescrever o próprio futuro".
No Sindipetro (Rua Siriri, 629), PSOL Aracaju realizou debate no mesmo sábado (10) sobre redução da idade penal e criminalização da vida. A atividade é em comemoração aos 10 anos de formalização do partido.