Setores ultraconservadores estão apostando no pânico moral para criar uma cortina de fumaça sobre os reais problemas do país. A denúncia foi feita por Renato Roseno em pronunciamento no plenário da Assembleia nessa terça-feira, 10. O deputado aproveitou o tempo de liderança do PSOL para fazer um alerta contra a estratégia diversionista de setores mais radicais da direita, que querem desviar o foco de questões urgentes para, em vez disso, alimentar sentimentos de ódio na sociedade.
Segundo o parlamentar, falácias como o "escola sem partido" e a luta contra a fantasiosa "ideologia de gênero" mobilizam a atenção da população e tiram o foco daquilo que realmente importa nesses tempos de crise: o debate sobre o desemprego, a destruição de direitos e da proteção social, a aguda desindustrialização da economia e a violência urbana. “Essa estratégia diversionista, baseada na mentira e no preconceito, não contribuem para a superação dos problemas concretos e acirram a intolerância”.
“A quem interessa a guerra cultural nesse momento que antecede a guerra eleitoral de 2018? Estão debatendo alternativas para o País ?”, questionou. De acordo com Renato, o Brasil enfrenta hoje a crise econômica mais aguda da história: 14 milhões de desempregados, recessão que já se estende por dois anos, um rápido processo de "desindustrialização", reformas trabalhista e previdenciária, e o aumento da desigualdade social. Mesmo diante desse cenário, os ultraconservadores insistem em levar a sociedade brasileira a mais intolerância.
"São pessoas que não têm apreço à democracia e à diversidade", afirmou. “O Brasil enfrenta um momento de desmonte econômico, e o debate que esses setores defendem é da intolerância, gerando medo nas pessoas”. O deputado lembrou que a liberdade de cátedra, alvo de ataques de projetos como o “Escola Sem Partido”, foi assegurada aos professores e professoras no Brasil desde os anos 30. “Esse pensamento reacionário quer retroceder no tempo, voltar ao passado”.
Renato criticou o fato de pessoas terem sido barradas na entrada de uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, na semana passada, simplesmente por terem uma posição contrária ao “escola sem partido”. Também lembrou que o projeto recebeu parecer contrário do Ministério Público Federal e da Advocacia Geral da União (AGU) por flagrante inconstitucionalidade.
Confira íntegra do pronunciamento: http://bit.ly/2guQPqy