O Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar (EFTA), da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), recebeu, na manhã desta terça-feira (03/12), familiares de Frei Tito de Alencar para uma roda de conversa e um café da manhã. O encontro, que faz parte da programação que celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos - comemorado em 10 de dezembro - e os 50 anos da morte de Frei Tito de Alencar, completados em 10 de agosto, proporcionou aos participantes momentos de grande emoção ao relembrar memórias de Frei Tito de Alencar e como sua luta pelos direitos humanos segue viva no Ceará.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Alece, deputado Renato Roseno (Psol), deu as boas-vindas aos convidados e agradeceu pelo compromisso com a justiça social e a democracia brasileira. “Ser advogado, ser ativista, ser militante de direitos humanos é perigoso no Brasil, porque, em muitas medidas, nós abdicamos de segurança, mas, ao mesmo tempo, cumprimos um papel ético-histórico muito importante. Quero agradecer à equipe do Escritório Frei Tito, que mantém esse fio da história aceso", declarou.
A coordenadora do EFTA, Patrícia Oliveira, externou sua emoção em receber familiares do mártir da luta pela democracia nas dependências do escritório. “A família do Frei Tito é memória e presença. Ele veio de uma família de militantes, de pessoas que se amavam, que se cuidavam e que, por isso mesmo, ainda se mantêm nessa luta por justiça, o que traz todo esse significado para nós, de aprender que fazemos parte de uma missão muito maior e que seus ideais são fundamentais para nos guiar nas pequenas e grandes decisões”, refletiu.
Sobrinha de Frei Tito de Alencar, Lúcia Alencar afirmou que atos que celebram a memória e perpetuam os ideais de Frei Tito os levam adiante na luta pela justiça social e defesa da democracia. “Esse escritório é referência para todo o Brasil. Ouvimos falar dele em Buenos Aires, na França, pois ele cumpre um papel importantíssimo na defesa de valores essenciais para a sociedade, inclusive a memória, a verdade e a justiça. Pois, assim como o analfabetismo e a pobreza em nosso País são um projeto político, esconder a memória e verdade também é. Não querem que falemos do passado e do estado brasileiro violador de direitos que sequestrou, matou, silenciou e fez loucuras que muitos sequer imaginam. Mas o Ceará segue forte também nessa luta, e estamos juntos”, reforçou.
Também estiveram presentes no encontro os irmãos de Frei Tito de Alencar, Nildes Alencar e Idelfonso de Alencar, entre outros familiares. A programação de comemoração do Dia Internacional dos Direitos Humanos contará ainda com a sessão solene de entrega do Prêmio Frei Tito de Alencar de Direitos Humanos, a ser realizada em 9 de dezembro, às 17 horas, no Plenário 13 de Maio. (Texto: Luciana Meneses - Agência ALECE / Foto: Pedro Albuquerque - Agência ALECE)
