Uma audiência realizada no DNOCS na última sexta-feira, 20, discutiu a situação das famílias desalojadas pelas obras do Lago de Fronteira, em Crateús. Ao lado de representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Renato Roseno participou da reunião, que tratou da situação das famílias a serem reassentadas e a participação da agricultura familiar no futuro perímetro irrigado estabelecido a partir da obra do lago. No último dia 10 de abril, a área foi ocupada pelo MST, dentro da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária no Ceará. Também participaram da reunião o deputado Elmano de Freitas (PT) e representantes do mandato do deputado Carlos Felipe (PCdoB).
Segundo o movimento, o local ocupado simboliza a abertura da negociação para resolver a pauta das famílias atingidas pela obra e que até então não foram indenizadas ou estão sem perspectiva de indenização, justamente por serem pequenos agricultores ou trabalhadores atingidos indiretamente. "A centralidade da luta é a terra, a defesa da democracia e também a liberdade de Lula, pois a luta deve ser permanente em todos os campos de batalha da defesa dos direitos sociais do povo brasileiro", diz nota divulgada pelo MST. "As ocupações integram o calendário da Jornada Nacional de Lutas Pela Reforma Agrária, que além de rememorar os 22 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, denuncia a paralisação da reforma agrária, o desmantelo das políticas de reforma agrária e a criminalização dos movimentos sociais".
Em agosto do ano passado, as terras a serem afetadas pela construção da barragem foram foram desapropriadas. Segundo estudos feitos pelo próprio DNOCS, mais de 850 famílias devem ser indenizadas, processo que ainda não foi iniciado. O custo total da barragem está estimado em R$ 503 milhões e o prazo para execução das obras é de três anos. Uma nova reunião para discutir o problema foi agendada para a próxima sexta-feira, 27.
(Foto: MST/Divulgação)