A violência do golpe político que levou o ilegítimo Temer à presidência se desdobra em outras formas de violência, a exemplo do acirramento dos conflitos fundiários no campo e na cidade. Esse foi o alerta feito por Renato Roseno em pronunciamento no plenário da Assembleia na manhã desta terça-feira, 9. "É uma vergonha internacional o Brasil registrar 61 assassinatos de lideranças camponesas em apenas um ano, segundo revela levantamento da Comissão Pastoral da Terra", afirmou o deputado.
Segundo os números da CPT, entre 2015 e 2016, o número de conflitos no campo aumentou em 26% e bateu recorde. Em 2015, foram 1217 casos. Ano passado, esse número passou para 1536 ocorrências. Desse total, 1079 resultaram em violência, estatística mais elevada desde que o levantamento começou a ser feito, em 1985. Em 2017, já são 30 assassinatos registrados em disputas fundiárias no campo em apenas cinco meses.
"É preciso levar paz ao campo, mas antes é preciso levar justiça social. A paz é resultado da justiça social", defendeu Renato, que lembrou as tragédias recentes ocorridas no Maranhão, onde índios Gamela tiveram membros do corpo decepados durante ataques de fazendeiros; e no Pará, onde um trabalhador rural teve os olhos perfurados e foi esquartejado em Eldorado dos Carajás. "A ausência de estímulo à reforma agrária, a ausência de estímulo aos pequenos agricultores e aos sem-terra, a ausência de mecanismos que possam pacificar o campo levam a essa violência". (Foto: Máximo Moura / AL)