No mesmo dia em que o monitor da violência aponta um crescimento do número de homicídios no primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado – no Ceará as estatísticas subiram mais de 100% -, Jair Bolsonaro revoga uma norma da Polícia Federal que estabelecia o limite de até duas armas de fogo por indivíduo. Essa é uma decisão que coloca mais armas circulando entre a população e que, portanto, aumenta ainda mais o risco de violência e mortes para a sociedade.
Para o deputado estadual Renato Roseno (PSOL), ao contrário do que senso comum imagina, mais armas circulando não gera mais segurança. Pelo contrário. "Muitas dessas armas acabam sendo adquiridas de forma legal e depois acabam indo para o mercado ilegal por conta de roubos, latrocínios etc. Mais armas significam mais violência e mais mortes", explica.
Para Renato, o direito à segurança é fruto não do armamento da população, mas de um conjunto de políticas de prevenção. "Você só consegue mais segurança com mais promoção social, com mais urbanismo, com mais oportunidades para a população, com metas quantificadas de redução da violência nos territórios", afirma. "É somente o estado proteção social, o estado promoção social, que pode efetivar estratégias de prevenção à violência". (Texto: Felipe Araújo / Foto: Agência Brasil)
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Confira os dados do monitor da violência.