Costurando avaliações de intelectuais, políticas e ativistas de norte a sul do país, a obra ganha forma a partir do entendimento de que as crises pelas quais estamos passando são antigas, enraizadas na sociedade brasileira, e remetem à mesma saída: o aprofundamento do projeto democrático desde a base. Existe um consenso entre as autoras: a primeira coisa a pontuar é que não existe uma, mas múltiplas saídas.
O livro descortina passado, presente e futuro entre projetos e perspectivas sobre o Brasil. No rol de mulheres que compõem a iniciativa, referencia-se Helena Vieira. Única mulher trans a contribuir nesta coletânea, ela é radicada no Ceará e incide politicamente nas pautas relacionadas a direitos humanos. “É preciso resgatar a imaginação como potência política”, anima a autora. Para Helena, esta é uma das saídas possíveis apontadas para as crises que permeiam a esquerda e a política – assunto discorrido no livro.
Ancorado em vistas à conjuntura nacional, Helena ressalta: “Não é um livro sobre feminismo. É sobre política”. Esta capitulação é uma compreensão comum para as autoras, pois, “tradicionalmente os homens constituíram-se como sujeitos universais, capazes de enunciar e pensar sobre o mundo. Enquanto isso, o domínio sobre o público era vetado ás mulheres e aos grupos que ocupam lugares minoritários na sociedade, estando acessíveis apenas os discursos sobre si, sobre o privado, sobre o específico”, explica Helena Vieira ao referenciar a importância de um livro sobre política escrito apenas por mulheres.
O Lançamento do livro em Fortaleza é marco de uma agenda nacional. São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS) já sediaram eventos similares. (Texto reproduzido do site insurgência.org / Foto: reprodução Facebook)