Renato Roseno completou, em 1º de maio, três meses de mandato como deputado estadual. Entre as ideias, posições e ações, o parlamentar do PSOL nesse período defendeu uma reforma política democrática, com fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais, solicitando que a população assine o projeto de iniciativa popular.
"Vedar o financiamento empresarial nas campanhas é ponto fundamental na reforma política. E que sejam contempladas na reforma não apenas as propostas interna corporis, mas as propostas nascidas da sociedade, que tem ojeriza à política porque a política foi capturada pelo grande poder econômico", defendeu o deputado em plenário, no dia 6 de março. "Se queremos uma reforma representativa da sociedade brasileira, que ela contemple a nossa diversidade, que as mulheres, os afroameríndios e os homossexuais se vejam nela. Mais da metade da população é de mulheres e negros, mas no Legislativo temos predominantemente homens, brancos, ricos, heterossexuais", argumentou.
O parlamentar do PSOL conclamou a sociedade cearense a apoiar a Frente pelas Reformas Populares. Ele apoia a Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas que promoveu na Assembleia Legislativa, no dia 13 de março, uma plenária sobre o Projeto de Iniciativa Popular Reforma Política e Democrática. A coalizão envolve a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e a Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, de um total de 103 instituições.
O Projeto de Iniciativa Popular da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas necessita de 1,5 milhão de assinaturas em todo o Brasil, a fim de tornar o sistema eleitoral brasileiro mais democrático e ter uma representação política mais identificada com a maior parte da sociedade. Os quatro pontos principais da proposta são a proibição do financiamento de campanha por empresas e adoção do financiamento democrático de campanha; as eleições proporcionais em dois turnos; a paridade de gênero na lista pré-ordenada; e o fortalecimento dos mecanismos da democracia direta com a participação da sociedade em decisões nacionais importantes.
A defesa da liberdade norteou outros posicionamentos de Renato Roseno nesses três primeiros meses como deputado. Em plenário, ele se expressou várias vezes pelo fortalecimento da democracia e contra tentativas golpistas ou atitudes autoritárias.
Não a tentativas golpistas
Nem golpe, nem resignação. Reforma política de interesse popular. O deputado Renato Roseno se posicionou, no dia 11 de março, contra tentativas antidemocráticas de setores elitistas e conservadores que defendem o impeachment de Dilma Rousseff, mas também questionou o pedido de paciência feito pela presidenta em rede nacional de rádio e televisão e a defesa cega que o governo e seus adeptos fazem do sistema.
No dia 31 de março, quando se completou 51 anos do golpe militar que deixou o Brasil por 21 anos sob uma ditadura, o parlamentar do PSOL defendeu o fortalecimento da democracia. "Eu lamento que, 51 anos depois, aqueles que, por ingenuidade, má-fé ou ignorância, ocupem as ruas para falar de golpe e supressão da democracia e aproveitem para defender uma agenda ultraconservadora, como a redução da idade penal, de direitos do mundo do trabalho e da proteção social do Estado", aponta, considerando que essas propostas representam um entulho autoritário. Renato Roseno também apresentou requerimento de informações à Secretaria da Justiça do Estado do Ceará sobre a situação de pagamento para os ex-presos políticos do período da ditadura militar.
Em defesa da liberdade e contra o autoritarismo, cinco dias antes, Renato Roseno votou a favor de moção de repúdio ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), por ter impedido, no dia 18 de março, que deputados estaduais do Ceará permanecessem em plenário manifestando apoio ao então ministro da Educação, Cid Gomes, convocado para esclarecer declarações contra os deputados federais. Renato aproveitou a discussão, no dia 26 de março, para pedir que a Assembleia Legislativa venha a ser mais democrática. "Não só porque são parlamentares, mas ninguém deve ser tratado com força e violência", afirmou, lembrando o caso de professores em greve que foram agredidos em 2011 em confronto com policiais.
Demarcando o lugar como oposição de esquerda
"No Ceará, nós não compusemos nem comporemos bloco partidário, já que não temos afinidade política, programática e de princípios com os partidos que compõem hoje o parlamento estadual. Nosso mandato foi eleito para fazer o contraponto dentro e fora da Casa. Estaremos a serviço daquelas/es que não se veem representados por estes governos, tanto por conta das opções políticas de manutenção do sistema quanto das práticas deles”, publicou Renato Roseno no dia da posse como deputado estadual.
A publicação daquele 1º de fevereiro acrescentaria: "Por coerência, também não negociamos cargos na Mesa e seguiremos fazendo oposição de esquerda, exigindo que o parlamento não seja uma extensão do Executivo e levando ao debate temas relevantes e reivindicados para as maiorias sociais".
Primeiro parlamentar do PSOL a conquistar uma vaga no parlamento estadual, Renato fez sua primeira intervenção em plenário, em aparte ao pronunciamento do líder do Governo na Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT), no dia 4 de fevereiro, demarcando claramente sua posição. "Seremos duros, às vezes até implacáveis, mas não desleais", afirmou, ao estabelecer sua conduta como parlamentar da oposição de esquerda. "Há muitas oposições, e é bom, pois não há democracia sem oposição".