Estamos concluindo nossa caminhada de 2015 e convidamos para seguirmos outros passos em 2016. Agradecemos pelos muitos que construíram o mandato e pelos que cotidianamente seguem nas lutas. A todos e todas, nosso respeito e admiração. 2015 foi um ano de disputas, de desafios, de retrocessos nas áreas de direitos sociais, de perda de direitos, de avanços de pautas conservadoras e neoliberais. O PSOL, assim com os demais partidos da Frente de Esquerda - PCB e PSTU -, coloca-se em um campo político a favor dos trabalhadores e trabalhadoras, da juventude, das mulheres, da população LGBT, dos sem-teto e sem-terra e de outras tantas parcelas da sociedade.
Reafirmamos nosso compromisso com uma outra lógica, um outro modelo de desenvolvimento, um mundo mais justo e solidário. Nosso mandato é um instrumento de luta, que busca fortalecer os sujeitos nas ruas e uma sociedade livre de qualquer forma de exploração e opressão. É tempo de resistência, coragem, força e mobilização. É tempo também de renascimento e geração de esperanças. Somos uma opção e uma oposição pela esquerda.
A possibilidade de reescrever o futuro
Este foi o primeiro ano do primeiro mandato como deputado estadual da Frente de Esquerda aqui no Ceará. É um tempo histórico muito difícil. Nós sabemos que a classe trabalhadora e as maiorias sociais estão sendo atacadas por vários lados. A partir do governo, com sua agenda de ajuste fiscal, que, na prática, é repassar os custos da crise para a maioria social, para os mais pobres, pelo corte de investimentos, pelo corte de direitos. Por outro lado, uma oposição conservadora, que flerta com o fascismo, com o reacionarismo, cresce no Brasil. Portanto, nós precisamos fortalecer o campo político e social daqueles que querem uma sociedade para além do lucro e do capital, uma sociedade de homens e mulheres livres e iguais.
Há necessidade de renovar uma esquerda socialmente enraizada nas lutas e que, sobretudo, não esqueça qual é a sua tarefa histórica de alterar profundamente o projeto de sociedade em que nós vivemos. Há muitos motivos para a descrença política e dos políticos em geral. E é óbvio que a nossa chegada, difícil, a esse lugar não autoriza legitimá-lo. Nós sabemos dos desgastes e dos limites da própria democracia representativa e das casas parlamentares, que não representam a sociedade; ao contrário, representam as corporações privadas, os interesses daqueles e daquelas que historicamente estão no topo da pirâmide. Mas nós estamos aqui exatamente para sermos contraponto, oferecermos uma outra voz, uma outra leitura, para reverberarmos o grito rouco das ruas, das manifestações, das lutas do cotidiano.
E é por isso que nós queremos, sobretudo, fazer aqui um agradecimento a você, que nos permitiu estar com este mandato a favor das lutas. Mas, ao mesmo tempo, queremos fazer um convite: nós não teremos nenhuma conquista sem estarmos juntos, coletivamente organizados nas lutas, todas elas, do campo e da cidade. Portanto, nós que fizemos e fazemos este mandato, sabemos das nossas limitações nessa própria ferramenta. Portanto, reiteramos este convite: nós conseguiremos mudar juntos a política, a sociedade, as nossas vidas, lutando, porque, de fato, só a luta é que vai mudar a vida.
Nós não podemos permitir que o futuro que eles escreveram pra nós seja o futuro que, de fato, nós viveremos, um futuro acinzentado, de injustiças, de indignidade, de conservadorismo, de intolerância e de reacionarismo. O que nos faz humanos é a possibilidade de reescrever o futuro. A gente reescreve o futuro é nas lutas de agora. Portanto o meu agradecimento e meu convite para a gente seguir junto no ano que vem e em todos os anos que virão, porque serão anos, sem dúvida alguma, muito duros. Mas nós, juntos, conseguiremos aplacar essas forças que querem reduzir a nossa humanidade, e a nossa humanidade, a nossa vida, a nossa dignidade se reinventam na luta.
Um abraço
Renato Roseno
Deputado estadual