Com a aproximação de grandes eventos, que reunirão chefes de Estado de diferentes países, os movimentos populares e as organizações do campo democrático realizarão, na próxima terça-feira (18), a I Plenária de Articulação Frente ao G20 e COP 30. A ideia é que a sociedade civil se organize para incidir na agenda internacional política, ambiental e econômica.
O Brasil sediará, nos próximos meses, três importantes encontros: a 19ª reunião da cúpula do G20, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, e a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, no Pará, em maio de 2025.
Com os olhos do planeta inteiro voltados ao nosso país, com a passagem de lideranças políticas, empresariais e sociais, as organizações sociais querem construir um processo autônomo e consistente para estarem presentes e organizadas antes, durante e depois dessas agendas oficiais. “O G20 não é um espaço democrático, nem representativo. O objetivo é preparar a Cúpula dos Povos para que sindicatos, movimentos sociais e sociedade civil possam mostrar sua capacidade de organização e influenciar na agenda política e econômica”, explica a bióloga Cecília Feitosa, assessora do nosso mandato.
A proposta é um dos desdobramentos da construção dos seminários de transição energética, que reuniram um conjunto de organizações e movimentos sociais, que estão puxando esta primeira plenária. “O mandato se soma como parceiro dessa luta por uma transição justa, que combata toda a lógica de neocolonialismo, de racismo ambiental. A gente se soma para discutir a participação popular, social, durante esses eventos”, acrescenta Cecília.
Dentro do encontro do G20, que reúne o grupo dos 20 países mais ricos do mundo, está prevista uma reunião do BRICS+ — grupo integrado pelas nações que são consideradas emergentes, dentre eles o Brasil, a Rússia, a Índia, a China, a África do Sul, o Egito, a Etiópia, o Irã, a Arábia Saudita e o Emirados Árabes Unidos. “Frente a esses espaços, os movimentos sociais vão estar articulados para defender toda uma lógica alternativa, inclusive ao capitalismo verde, que vai ser muito pautado durante esse evento oficial da COP”, prevê a bióloga.
“Em paralelo, os movimentos que vão discutir os seus interesses, que vão de encontro aos do andar de cima, da luta contra a mineração, da luta pela reforma agrária, da luta em defesa da zona costeira e por justiça ambiental”, acrescenta Cecília.
A primeira reunião será o ponto de partida dessa articulação, que conta com as participações do Instituto Terramar, da Rede Jubileu Sul, do Conselho Pastoral dos Pescadores, da Cáritas Regional Ceará, da Comissão Pastoral da Terra, da Adelco, da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, do Esplar, do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e pela Marcha Mundial de Mulheres.
Serviço
I Plenária de articulação da Cúpula dos Povos Frente ao G20 e à COP30
Quando? Dia 18 de junho (terça-feira), a partir das 18h.
Onde? Auditório da Cáritas, Rua Júlio César, 442, Jardim América, Fortaleza.