Uma multidão de corações democráticos tomou as ruas do Benfica na tarde da última sexta-feira (6) para pedir a liberdade do ex-presidente Lula e denunciar o golpe promovido dentro do Poder Judiciário. Militantes de partidos de esquerda, centrais sindicais, movimentos sociais e de juventude, além de parlamentares, professores, intelectuais e trabalhadores e trabalhadoras de diversos setores ocuparam a Praça da Gentilândia e fizeram uma passeata ao longo das avenidas da Universidade, Domingos Olimpio, Carapinima e 13 de Maio.
Para Renato Roseno, mesmo reafirmando as críticas históricas do PSOL aos governos de Lula e Dilma, o ex-presidente tem o direito de ser candidato. Segundo o deputado, houve seletividade por parte da Justiça, o que pode ser provado pela mudança da conduta do STF; pelas dezenas de liminares reconhecendo que não pode haver prisão sem o trânsito em julgado da sentença penal condenatória; pela inédita celeridade de apreciação do recurso da defesa de Lula no âmbito do TRF-4; e pela existência de outros 17 condenados pela Lava Jato, em segunda instância, que ainda estão soltos, sem falar na situação de Aécio e Temer, contra quem pesam provas robustas mas que seguem impunes.
"Há uma inequívoca articulação de setores econômicos, da política mais rasteira e da mídia para tirar Lula das eleições desse ano. Por isso, estamos reunidos numa frente única pela democracia", afirmou Renato Roseno, que participou do ato junto com centenas de militantes do PSOL. “A gente não pode permitir que as disputas e que os conflitos políticos sejam resolvidos no tapetão do Judiciário”, reforçou. Segundo o deputado estadual licenciado, o PSOL preserva sua identidade ideológica, mas defende o direito de o ex-presidente se candidatar e se vê na obrigação de estar nas ruas em defesa da democracia.
Em cima do carro de som, Renato fez um discurso enfático contra o avanço do fascismo no Brasil e denunciou as arbitrariedades jurídicas que marcaram o julgamento do ex-presidente em todas as instâncias. “Nosso coração é democrático, nosso corpo é de justiça e o nossa alma é a alma do povo trablhador. O que a direita quer é resolver as eleições de 2018 no tapetão de uma justiça de exceção”, afirmou.
O deputado também lembrou o caso da vereadora carioca Marielle Franco, assassinada há cerca de um mês no Rio de Janeiro. “Nossa luta é a luta da diversidade, nós somos de todas as cores, centrais, partidos, etc. Isso nos torna melhores e mais fortes. Nós não nos escondemos”, defendeu. “Nós sabemos que a história nos pede algo muito maior. A história nos pede unidade, generosidade e firmeza. Nós estamos aqui por democracia, por justiça e por liberdade. Estamos por Lula, por Marielle, pelos meninos de Maricá e por tantos outros que o coração frio e calculista da direita quer calar”.
Confira vídeo da fala de Renato durante o ato de sexta-feira.
Confira fotos da manifestação.