Nota do presidente do PSOL sobre abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff

03/12/15 11:25

O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e a presidenta Dilma Rousseff  de costas um para o outro

A aceitação do processo de impeachment por Eduardo Cunha é mais uma demonstração da deterioração da politica brasileira.

Acuado pela possibilidade de ser cassado, Cunha passou a semana chantageando o PT para que este votasse pelo arquivamento da denúncia feita pelo PSOL.

Esta chantagem não contava com a repercussão na opinião pública. Ao decidir votar contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara, este deu o troco e autorizou o processo de impeachment.

O PSOL faz oposição de esquerda ao governo Dilma, combate seu pacote de ajuste fiscal nas ruas e no parlamento. Da mesma forma, temos defendido rigorosa apuração de toda corrupção no Brasil, com o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais.

No entanto, concordar com o impeachment é reforçar a estratégia da direita de acelerar o ajuste e a pauta conservadora.

Os trabalhadores foram enganados por Dilma, mas ela foi eleita. Entregar o governo pra direita é acelerar processo de perda de direitos.

Nossa reunião do Diretório Nacional desta quinta-feira (03) e o nosso 5º Congresso Nacional, que ocorrerá no final de semana, devem reafirmar nossa trajetória de coerência. Não ajudaremos Cunha e a direita se fortalecerem, ao mesmo tempo em que aprofundaremos nosso apoio às mobilizações contra o ajuste e o retrocesso.

Luiz Araújo

Presidente nacional do PSOL

Áreas de atuação: PSOL, Política