Os professores e as professoras da rede estadual do Ceará realizaram um ato, na manhã desta segunda-feira (08), em defesa de melhorias para sua categoria. O grupo pede a abertura de uma nova mesa de negociação com o Governo do Estado, já que as propostas apresentadas ao seu sindicado foram amplamente criticadas em sua última assembleia geral, no último dia 4.
Entre vários pontos, os docentes lutam pelo pagamento do retroativo da promoção de 2019 e do retroativo do piso de 2023; a implementação das promoções de 2022 e 2023, ampliação do PVR de doutores; pagamento das premiações; o fim da taxação das aposentadorias; além do reajuste com ganhos reais acima da inflação com respeito à data-base de janeiro.
“Se há um governo que se orgulha dos seus indicadores de educação, é importante valorizar o trabalhador e a trabalhadora. As categorias não estão satisfeitas com esse reajuste, pois sequer repõe as perdas inflacionárias, dado que não é retroativo”, alertou Roseno, que esteve presente na manifestação.
Outro ponto importante da luta dos docentes diz respeito aos professores contratados por tempo determinado. A luta principal, em especial, se dá pela equiparação ao salário inicial dos efetivos. Hoje, os temporários ganham cerca de R$ 1.400 a menos que este grupo de docentes. “Eles são 60% da categoria sem nenhum direito trabalhista e sofrendo assédio moral o tempo inteiro. Não aceitamos. É muito simples: trabalho igual, salário igual”, reforçou a professora e atual vereadora Anna Karina (Psol).
O ato contou com o apoio de estudantes e outras entidades, como o Fórum Unificado Das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos do Ceará (Fuaspec), e sindicatos ligados à educação superior, como o Sindurca e o Sinduece. Estes dois sindicatos, ao lado do Sindetran, aprovaram sua greve, mas estão sofrendo com o pedido de ilegalidade por parte do Governo do Estado, através da Procuradoria-Geral do Estado.
“Há muitos anos, não tinha governo que pedia ilegalidade de greve. É estarrecedor que vai à Justiça pedir ilegalidade de grave, multar sindicato, multar dirigente e encaminhar ação penal ao Ministério Público. É inadmissível essa tentativa de criminalizar dirigentes sindicais!”, ressaltou Roseno, reiterando o apoio às categorias.
Roseno, ao lado de outros parlamentares, defendem que o Governo do Estado acolha os servidores públicos estaduais e abram um novo ciclo de diálogo e negociações com as diversas categorias. “Estamos aqui para dedicar nosso irrestrito apoio. Abrir uma nova negociação. Precisamos de mais diálogo, mais negociação e para isso precisamos de mais luta. Muita luta”, lembrou o deputado. O vereador de Fortaleza, Gabriel Aguiar (Psol), que também participou da mobilização, corroborou: “ser recebido no Palácio da Abolição é o mínimo por uma categoria que faz tanto pelo nosso estado”, disse.
Com articulação do nosso mandato, os professores e as professoras serão recebidos, amanhã (09), pela senadora Augusta Brito, que deve assumir a Secretaria de Articulação Política do Ceará. “A expectativa que é que o governo receba os representantes da categoria da base, porque o pacto que o sindicato fez com o governo não representa os desejos da categoria”, explica a professora Rebeca Veloso. Além disso, a categoria fará reuniões nos zonais de Fortaleza e no interior, além de uma plenária, no próximo sábado, para definir os próximos passo da sua luta.