Educadores e educadoras sociais de todo o País estão reunidos em Fortaleza desde a última quinta-feira no VII Encontro Nacional de Educação Social. Na manhã de sexta-feira, 13, Renato Roseno participou de uma das mesas do evento, fazendo uma análise da conjuntura social e política e falando sobre a importância dos profissionais de educação social no atual momento histórico.
"O capitalismo quer impor um novo regime de acumulação por espoliação. O sistema não comporta mais mediações, é necessário destruir quaisquer possibilidades de distribuição do fundo público pelo estado de proteção social, por isso o SUAS tem de ser diminuído, por isso que o estado social tem de diminuir", avaliou o deputado. "É por isso que educadores e educadoras sociais são tão relevantes. Não apenas pelo ofício em si, mas, sobretudo, pelo papel de sujeito político, de estar ao lado dos que são excluídos e segregados nesse processo".
A educação social é o ramo da atividade pedagógica que se pauta na luta pelos direitos humanos em todas as suas categorias. Os educadores sociais, por sua vez, buscam a afirmação dos direitos à cidadania das populações em situação de vulnerabilidade social. "Em um cenário de flagrante retrocesso contra os direitos humanos no Brasil e golpe contra a democracia e os direitos dos trabalhadores, a história e os princípios da Educação Social nos fortalecem na construção de um projeto popular", afirmam os organizadores do encontro, que tem, entre seus pontos de pauta, a discussão sobre a regulamentação da profissão, atualmente em tramitação no Senado. Para Renato, que compôs a mesa ao lado de nomes como Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), os defensores dos direitos humanos e das conquistas sociais não podem esperar pelas eleições de 2018 para se unir em uma grande frente de resistência contra a destruição do estado de proteção social. "Nós nem sabemos se haverá 2018. O parafuso do golpe dá uma volta a mais a cada dia", avaliou.
Segundo o deputado, o momento atual não é de sectarismos nem de dispersão. "O momento agora é de realizarmos uma ampla convocação dos setores em contradição com esse regime político, com esse sistema, para uma frente única de ação, na nossa diversidade, nas nossas contradições, nas nossas limitações. O momento é de exercer uma generosidade política à altura do que a história nos convoca", afirmou.
Citando Belchior, Renato disse que o poder político e econômico quer deixar a população deprimida e melancólica. Mas que, ainda assim, é preciso ter ânimo e esperança. "O nosso poeta dizia que 'eles' venceram e que 'o sinal está fechado para nós que somos jovens'. Mas nos alertava que 'o novo sempre vem'. Pois nós temos dois caminhos pela frente. Ou vamos aceitar o sinal fechado ou cultivar novamente a esperança".