Na sessão plenária desta quinta-feira, o deputado estadual Renato Roseno (PSOL) solicitou formalmente à presidência da Assembleia Legislativa que a casa faça uma mediação para reabrir a negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e a representação patronal na campanha salarial de 2017. A negociação se arrasta há mais de quatro meses e os patrões se mostram intransigentes em relação às demandas dos trabalhadores, propondo um reajuste que mal repõe a inflação do ano passado. Renato também apresentou em plenário a carta em que os trabalhadores resumem suas reivindicações e participou de um ato promovido pelo sindicato em frente à Assembleia Legislativa.
"Um dos setores que mais lucram no Brasil é o setor da construção civil por conta da expansão imobiliária, por causa do subsídios do estado. E os caras não querem dar nem a inflação", afirmou Renato em cima do carro de som do sindicato. A greve dos trabalhadores da construção civil já está no sexto dia, com a quase totalidade dos canteiros de obra parados em Fortaleza. "Nós queremos que a riqueza seja partilhada por quem produz a riqueza e quem produz a riqueza são os trabalhadores e as trabalhadoras. Quem empurra o trabalhador para a greve são os patrões, que se negam a participar da mesa de negociações", reforçou o parlamentar.
Na carta encaminhada à presidência da AL, os representantes da categoria apresentam suas reivindicações: troca do vale transporte pelo vale combustível para os trabalhadores que possuem veículo próprio e aumento salarial de 6%, o que representaria ganho real de 2% sobre a inflação. O sindicato patronal oferece apenas 4,5% e alega que o vale combustível geraria prejuízo. "É mentira. O que acontece é uma grande articulação entre o empresariado para manutenção do lucro das empresas de ônibus que recebem só dos operários R$ 6 milhões", denuncia o sindicato. "(O vale combustível) não gera ônus aos patrões da construção civil, mas sim aos donos das empresas de ônibus que lucram todos os meses com um montante que não é usado pelos operários. O que queremos é a manutenção de nossos direitos". (Foto: Lucas Moreira)