Sabotagem e irresponsabilidade de Bolsonaro levam Brasil à tragédia de 250 mil mortos por Covid

25/02/21 13:00

O deputado estadual Renato Roseno (Psol) destacou, no primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (25/02), a marca de 250 mil mortos pela Covid-19 no Brasil, atingida na tarde de quarta-feira (24/02). O parlamentar expressou solidariedade às famílias em luto, apontou os principais desafios a serem superados neste cenário e criticou a postura do presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.

Roseno comentou que poucas são as famílias que não tiveram um parente, conhecido ou amigo vitimizado pela Covid-19 e lamentou que essas pessoas tenham sido impossibilitadas de vivenciarem o luto. “Estive em situações muito próximas a esse luto. A dor é imensa e, mais ainda, a dor de não poder fazer o rito de despedida como nós achamos que deve ser feito. Isso é absolutamente trágico, triste, sofrido”, pontuou.

O parlamentar também apontou o desequilíbrio ambiental como uma das principais causas do surgimento da pandemia e ressaltou a importância de valorizar o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único de Assistência Social (Suas), dos quais dependem 75% dos brasileiros e 80% dos cearenses. “Esse ano nos provou que sem um sistema público de saúde não podemos sobreviver”, afirmou.

Renato Roseno enfatizou ainda que, passados 365 dias desde o início da pandemia no País, o Brasil não possui um chefe de Estado. “Aquele que está sentado no Palácio do Planalto não tem condições quaisquer de ser chamado de chefe de Estado. Relativizou a pandemia, chamou de ´gripezinha´, deu continuamente exemplos de menosprezo, de falta de sensibilidade com o sofrimento alheio, de desprezo à ciência e à dor do outro”, criticou.

Segundo o deputado, foram sete vezes em que o presidente Bolsonaro poderia ter tomado a liderança do País e lutado para que a vacina chegasse à população. “Ele negou três vezes o ofício do Butantan, duas vezes a Pfizer, negou a quebra do licenciamento obrigatório, portanto, a quebra da patente, que era uma proposta. Ou seja, não temos um chefe de Estado, temos um genocida”, enfatizou.

Conforme Roseno, o artigo 7º do Estatuto de Roma, que cria o Tribunal Penal Internacional (TPI), conceitua o crime de extermínio quando um chefe de Estado, intencionalmente, opera para não fazer chegar medicamentos à população que mais precisa. “O que Bolsonaro fez senão operar contra a vacina? Cotidianamente, ele dá exemplos de aglomeração, sem máscara”, argumentou.

RESTAURANTE POPULAR - O parlamentar frisou ainda a necessidade de implantar uma renda básica de cidadania e informou sobre a campanha do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) pelo restaurante popular de um real para combater a fome. “É necessário superar e derrotar o bolsonarismo e fazer com que a democracia, a justiça social e a dignidade vençam. Essa é a tarefa daqueles que querem, de fato, o bem para o nosso País”, assinalou.

Em aparte, o deputado Acrísio Sena (PT) protestou contra a vinda do presidente Bolsonaro ao Ceará, tendo em vista a extrema dificuldade que o povo cearense enfrenta neste momento da pandemia. “O que o presidente vem fazer aqui? Quebrar o isolamento social, destruir a tese da necessidade da vacina, enfim, vem prestar um desserviço”, assinalou.

Já o deputado Salmito (PDT) acentuou que a postura de Bolsonaro nunca foi liberal, apesar de ele ter se apresentado como tal, e comentou sobre matéria veiculada pela BBC Brasil, apontando que o País tem quase 30 fábricas de vacina para gado e só duas para humanos. “Nosso objetivo não é dividir, é registrar, chamar a atenção. Temos que unir esse campo democrático, juntar esses 70% pensando no País”, ressaltou. (Texto e foto: ASCOM/AL)

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[+] Confira aqui trecho da fala de Renato durante a sessão plenária.

Áreas de atuação: Saúde