Há mais de quatro anos, cerca de 200 famílias lutam pela reforma agrária e por justiça social no campo em Limoeiro do Norte. São as famílias do acampamento Zé Maria do Tomé, que, desde 2014, resistem aos ataques da indústria do agrotóxico e às investidas do poder econômico da região. Na última sexta-feira (3), Renato Roseno esteve novamente no acampamento. Dessa vez, participando de um debate sobre o papel das eleições na atual conjuntura política.
Mais do que uma oportunidade de aprofundar a discussão sobre nossa difícil realidade, o encontro foi uma oportunidade de celebrar a luta daqueles homens e mulheres pelo legítimo direito ao trabalho, à terra e à água. "O poder não suporta a ideia de uma reforma agrária popular feita pelas mãos de um povo autônomo, livre e auto-organizado", destacou Renato. Por isso, segundo ele, a importância de apoiar o acampamento, que leva o nome do agricultor e ambentalista Zé Maria do Tomé, assassinado em 2010, com mais de 20 tiros, por conta de seu envolvimento na luta contra a pulverização aérea de agrotóxicos na região.
Criado em 2014, com o apoio de entidades como MST, Cáritas Diocesana de Limoeiro, FAFIDAM/UECE e Núcleo Tramas da UFC, o acampamento reúne hoje cerca de 200 famílias que trabalham diretamente com a agricultura familiar numa área do perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi. Entretanto, uma ação de reintegração de posse, impetrada pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), ameaça essas famílias de despejo. (Fotos: Galba Nogueira)