Renato condena clima de ameaças e de violência política

01/11/18 09:27

O clima de acirrada polarização das eleições presidenciais fez se multiplicarem em todo o País os casos de ataques, agressões e mesmo de assassinatos motivados por questões políticas. No Ceará, o jovem Charlione Lessa Albuquerque, de 23 anos, foi assassinado a tiros no último sábado quando acompanhava a carreata de apoiadores do candidato Fernando Haddad (PT), em Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza. No domingo, um homem foi decapitado na comunidade Babilônia, no Passaré, supostamente por ser eleitor de Jair Bolsonaro. Também no domingo, um assessor parlamentar da Assembleia Legislativa do Ceará postou mensagens misóginas classificando as eleitoras de Haddad como “vadias” e “vagabundas”.

Todo esse contexto de violência política havia sido denunciando por um conjunto de entidades da sociedade civil, incluindo CNBB, OAB, Anamatra, entre outras, que, na semana anterior à votação, divulgou nota pública. No documento, as entidades alertam para o que classificou como “inquietantes episódios descortinados nos últimos dias, nas ruas e nas redes sociais, ao ensejo do processo eleitoral, de agressões verbais e físicas – algumas fatais”. Segundo as signatárias da nota, o contexto de agressões tem como alvo “indivíduos, minorias e grupos sociais” e revelam “crescente desprestígio dos valores humanistas e democráticos que inspiram nossa Constituição cidadã, fiadores da convivência civilizada e do exercício da cidadania”.

Para o deputado estadual Renato Roseno (PSOL), todos os episódios de violência política motivados por intolerância merecem ser repudiados e devem ser responsabilizados. “Nós repudiamos toda manifestação de ódio, violência, intolerância, preconceito, bem como toda incitação política e propostas que possam ser tolerantes com a intolerância”, afirma. O parlamentar, que apoiou Fernando Haddad no segundo turno das eleições, disse que somente o debate republicano e o respeito às opiniões divergentes podem garantir o pleno funcionamento da democracia.

“Apoiei o Haddad. Sou oposição ao PT, sobretudo em âmbito local, e quero continuar sendo oposição dentro de um parlamento. Isso só é possível através da democracia”, alertou. “A questão é que o candidato eleito Bolsonaro desde antes da campanha tem manifestado de forma expressa um discurso de intolerância e ideias antidemocráticas”. Para Renato, é preciso combater qualquer discurso de ódio, preconceito e violência dentro da política. “Agora é um momento de continuar fazendo um movimento em favor da democracia. Para defender democraticamente as minhas posições também preciso respeitar o que pensa diferente de mim e seu direito de se manifestar”, apontou.

Áreas de atuação: Direitos Humanos, Política