O Ceará foi o único estado da região Nordeste a aderir ao Programa de Escolas Cívico-Militares do Governo Federal. Ao todo, 16 estados apresentaram solicitações ao governo federal para ingressar no programa. As unidades são colégios públicos cujas gestões são transferidas para instituições militares, como a Polícia Militar. O modelo já é usado em Goiás e no Distrito Federal. Especialistas em educação, entretanto, têm criticado a opção pelo modelo, que cria uma falsa disciplina baseada na repressão.
Para o deputado estadual Renato Roseno (PSOL), a suposta "campanha cívica" em torno da militarização das escolas é um grave equívoco. Em nota lançada nas redes sociais, o parlamentar afirma que a campanha que o país precisa é a da defesa da escola pública, e não essa iniciativa de caráter militarista. "O governo neofascista aproveita a onda atual que o elegeu, faz guerra cultural para disputar a hegemonia e tenta colonizar a educação como campo de suas batalhas ideológicas", defende Renato.
No caso de Camilo Santana, único governador nordestino que aderiu ao programa, Renato avalia que o Ceará era um dos estados que mais poderia exortar a resistência e defender a educação pública, mas, ao contrário, acaba reforçando esse desatino. "Essa questão não é político-partidária somente. É preciso um rechaço por parte de todas e todos que defendemos a escola pública brasileira", conclama o deputado.
"De uma vez por todas, o problema da educação brasileira não é falta de um ordenamento militar. Faltam investimentos, projetos pedagógicos adequados, valorização docente, participação social. Não será com silenciamentos e disciplinamentos autoritários que prepararemos os jovens para os desafios complexos da sociedade do século XXI", diz o deputado. (Texto: Felipe Araújo / Foto: Marcelo Camargo-EBC)
Confira aqui a íntegra da nota.
Confira aqui o pronunciamento de Renato Roseno