Semana de bons encontros na região dos Inhamuns. Ao lado do sociólogo e professor Rodrigo Santaella, do Instituto Federal do Ceará (IFCE), e do assessor regional Paulo Giovani, Renato Roseno percorreu nos últimos dias os municípios de Tamboril, Ipaporanga, Independência e Crateús, realizando uma série de debates sobre os impactos das reformas do governo golpista de Michel Temer na vida da população.
O roteiro começou na noite da terça-feira (10), com uma parada na cidade de Tamboril. No Sindicato dos Servidores Municipais, Renato falou sobre os prejuízos trazidos pelas reformas trabalhista e previdenciária e por políticas como a que instituiu o teto de gastos para o financiamento do serviço público. Na manhã de quarta-feira (11), o destino foi a cidade de Ipaporanga, onde houve entrevista na rádio A Voz do POVO FM e uma conversa no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, no Centro da Cidade.
“O momento político é muito difícil. A população está muito insegura, com muito medo. Há uma crise econômica muito grande, são quase 14 milhões de desempregados. Houve um crescimento muito grande da pobreza, sobretudo da pobreza no nordeste”, afirmou Renato.
CRATEÚS - Ainda na quarta-feira, a caravana passou pela cidade de Independência, realizando um debate com estudantes da escola profissionalizante do município no Centro Pastoral; e encerrou seu roteiro em Crateús, com uma entrevista à rádio Poty AM e um encontro à noite, no Sindicato dos Comerciários.
Para Renato, a crise política não pode ser separada da crise econômica. “A gente só vai conseguir resolver a crise econômica quando a gente conseguir resolver a crise política. Há uma instabilidade muito grande, o povo não confia mais em ninguém e tem seus motivos de fato para não confiar”, afirmou.
“Por isso é tão importante um debate como esse, que permite que as pessoas compreendam melhor o que está se passando. Quanto mais a gente conhece a realidade do Brasil mais a gente consegue transformar essa realidade”, defendeu.
Segundo Rodrigo, que trabalhou com professor em Crateús, o mais importante nesse momento é a organização popular, para fazer frente às reformas implementadas por um governo ilegítimo como Temer. “O momento é difícil e essas reformas pioram ainda mais a situação, retiram direitos dos trabalhadores, precarizam a educação, a saúde, retiram financiamento. Isso não resolve os problemas do povo”, explicou.
Para o professor, enquanto essas reformas vão minando a educação e a saúde pública, vão minando o emprego da população, também vão abrindo espaço para a privatização em vários setores, com perdão e refinanciamento das dívidas de grandes empresários. “É urgente termos o protagonismo popular para a definição de políticas públicas. Do contrário, o povo vai sempre sofrer as consequências”.
Em entrevista à rádio A Voz do Povo, Renato comentou o clima de desalento que está se abatendo sobre a população e lembrou de uma viagem feita há alguns anos ao município de Pedra Branca, onde se reuniu com idosos de um assentamento rural. “Eu ouço muito os idosos, principalmente os trabalhadores, e nesse dia um assentado me disse: ‘deputado, a gente não consegue mais enxergar o coração das pessoas’”, contou.
“Por isso, nós do Psol apostamos muito numa nova política, uma política que aprenda com os erros do passado e não repita esses erros, nossa aposta é na auto-organização do povo”, concluiu.