Na última quarta-feira, o deputado estadual Renato Roseno (PSOL) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa para celebrar a memória de um 11 de setembro que se arrasta há 46 anos. Uma data que segue nos informando sobre a covarde relação entre neoliberalismo, autoritarismo e violência. Naquela data, em 1973, no Chile, um presidente eleito democraticamente e com amplo apoio popular foi deposto e assassinado por um golpe militar que tinha como principal objetivo implantar o receituário neoliberal na economia, com a desconstitucionalização de direitos e a destruição do estado social.
"Passados quase 50 anos, o Brasil está hoje governado por pessoas que estão promovendo duros ataques ao regime democrático. Há vozes ligadas ao presidente da República desdenhando da democracia e temos um ministro da economia radical em sua agenda ultraneoliberal", afirmou Renato, citando as postagem no twitter feitas por Carlos Bolsonaro, filho do presidente, que fez ataques ao regime democrático na última terça-feira. "A experiência chilena nos mostrou como o neoliberalismo precisa da violência para se implantar. Eles pregam a violência pois só ela é capaz de sustentar um programa de destruição dos direitos, diminuição da democracia e redução dos patamares sociais mínimos, programa que nunca ganharia uma eleição".
Renato afirmou que o projeto estratégico de Paulo Guedes é transformar o Brasil num imenso Chile. E lembrou também que Pinochet não foi um herói, foi um ditador assassino. E ainda assim foi elogiado pelo atual presidente brasileiro. "É necessário aprender sobre o passado para que ele não se repita", afirmou. "A constituição chilena foi imposta em 1980 por uma ditadura brutal e assassina. A contrário do estado garantidor de direitos, ela inaugurou um estado subsidiário que não tem responsabilidade com relação à promoção do bem-estar e convertido em fiador da expansão dos mercados. E é esse modelo que o atual governo quer adotar no Brasil".
Segundo o parlamentar, esse modelo transfere quantias volumosas de recursos públicos ao setor privado e promove um perverso endividamento popular. "Esse neoliberalismo radical precisa de um governo autoritário, ditatorial, terrorista, intimidatório, para funcionar. As medidas neoliberais radicais são muito impopulares. E em uma sociedade relativamente democrática, a população oferece resistência", afirmou. "Por isso, é urgente que nós, os democratas, consigamos nos juntar numa grande frente em defesa dos direitos e das liberdades democráticas".
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