Renato Roseno de Oliveira foi empossado deputado estadual neste domingo, 1º de fevereiro, para o primeiro mandato político e como o primeiro parlamentar do PSOL a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Ceará. O trabalho que começa deverá representar as maiorias sociais, construindo e apoiando as lutas com os movimentos que atuam nas questões relacionadas a terra e território, direitos humanos, combate às opressões, democratização dos recursos hídricos, preservação do meio ambiente e mundo do trabalho, entre outros tantos temas.
Dos 46 parlamentares, Renato Roseno foi o terceiro mais votado de Fortaleza e o 18º do Estado, tendo conquistado 59.887 votos em 181 dos 184 municípios – só não recebeu votos em Granjeiro, Senador Sá e Tarrafas. Antes de ser eleito deputado estadual, ele já havia se candidatado a prefeito de Fortaleza, em 2012 e 2008, e a governador do Ceará, em 2006. Nas eleições de 2010, pleiteando uma vaga para a Câmara Federal, não conseguiu ser eleito, mesmo tendo sido o segundo mais votado na Capital e o décimo em todo o Estado. Todas as vezes em que disputou um mandato público, já estava filiado ao PSOL, partido que ajudou a fundar no Ceará em 2005, saindo do Partido dos Trabalhadores (PT), legenda da qual fazia parte desde 1990.
Não fazemos parte desse “consenso”
Após a posse dos deputados, houve a votação da Mesa Diretora. Renato Roseno votou contra a chapa única, liderada pela maioria aliada ao governador Camilo Santana (PT), como já havia adiantado em comunicado público. "No primeiro dia da nova legislatura, o Ceará verá uma chapa única e liderada pela maioria governista ser eleita para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado. O mandato da Frente de Esquerda Socialista (PSOL-PSTU-PCB), que represento, não fará parte desse suposto consenso, que limita o debate sobre o papel do parlamento e sua condução", afirma, na abertura da nota.
A decisão sobre o tema foi tomada em conjunto com a Executiva do PSOL Ceará, que aprovou o voto contrário à chapa única para a Mesa Diretora. "À diferença de outras casas legislativas, como a Câmara dos Deputados, as normas regimentais da Assembleia do Ceará não permitem candidatura única a um cargo específico", continua Renato Roseno. "Isso impede que sigamos o exemplo do parlamentar do PSOL, Chico Alencar, que se lança hoje candidato à presidência do parlamento federal, apresentando ao Brasil um programa sobre ações e debates que julgamos fundamentais, como a Reforma Política, a defesa dos direitos dos/as trabalhadores/as e dos direitos humanos, bem como a ampliação da transparência e da democracia".
O deputado do PSOL também anuncia que fará oposição de esquerda, sem compor bloco de partidos. "No Ceará, nós não compusemos nem comporemos bloco partidário, já que não temos afinidade política, programática e de princípios com os partidos que compõem hoje o parlamento estadual. Nosso mandato foi eleito para fazer o contraponto dentro e fora da Casa. Estaremos a serviço daquelas/es que não se veem representados por estes governos, tanto por conta das opções políticas de manutenção do sistema quanto das práticas deles".
Ao concluir o comunicado, Renato Roseno defende o debate de temas importantes e demandados pela população. "Por coerência, também não negociamos cargos na Mesa e seguiremos fazendo oposição de esquerda, exigindo que o parlamento não seja uma extensão do Executivo e levando ao debate temas relevantes e reivindicados para as maiorias sociais".
