A manhã de domingo foi de conversa com os jovens do Acampamento Zé Maria do Tomé, na Chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte. "Uma questão que nos desafia é o debate sobre juventude e violência. Em geral, a percepção da sociedade é que essa seria uma questão urbana e que seria resolvida com repressão. Ledo engano", avalia Renato. Segundo o deputado, a transformação profunda da sociedade, o advento de novas tecnologias de informação, a permanência da desigualdade estrutural, a ausência de políticas sociais consistentes para a juventude estão entre fatores que deixam jovens entregues à precarização, à solidão, ao abandono na cidade e no campo.
"A morte começa no abandono. O MST, de forma atenta e sensível, está debatendo com jovens assentados como entender, prevenir e evitar que a juventude seja vitimada pela dinâmica da violência. O movimento social chega e mobiliza energias onde o estado e as políticas sempre foram ausentes", avalia Renato. Entre outros temas, o parlamentar conversou sobre cultura, economia, meio ambiente e tecnologia. Ao todo, estavam presentes jovens de quase 10 municípios, relatando seus desafios, mas também falando de seus desejos, aspirações e esperanças. "A juventude quer viver. A luta de todos eles é que pode construir alternativas factíveis de vida digna. Fico honrado e feliz em poder ser convidado para facilitar essa reflexão. Aprendo muito sempre nesse diálogo com jovens. Devemos ser muito gratos a eles".
Zé Maria foi um líder camponês do Tomé (distrito de Limoeiro do Norte), assassinado com 19 tiros em abril de 2010 porque lutava contra os agrotóxicos despejados na região. O acampamento que leva seu nome tem vários quintais produtivos e está sob constante ameaça de despejo pelo DNOCS. A atividade de educação e formação do último domingo aconteceu no barracão do acampamento.