"Nós estamos vivendo tempos de ódio. E, no entanto, a oferta que a gente faz não é de vingança, mas de amor, de fraternidade, de solidariedade. São valores que estão faltando na política do País, a partir, sobretudo, lá de Brasília". A afirmação foi feita pelo deputado estadual Renato Roseno (PSOL) na manhã desta quarta-feira (27), durante reunião entre fóruns e entidades de defesa dos direitos humanos e o novo presidente da Assembleia Legislativa deputado Evandro Leitão (PDT). As organizações sociais foram à Assembleia Legislativa manifestar apoio à recondução de Renato à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Casa.
Ao todo, 29 entidades estavam representadas no encontro. Entre elas, movimentos ligados à luta da saúde mental, pessoas com deficiência, movimento negro, movimento de infância, de defesa da educação, movimento LGBT, de mulheres, dos territórios da Zona Costeira, dos direitos de pessoas encarceradas, Sem Terra, Sem Teto, direito à comunicação, movimentos de defesa da população em situação de rua, trabalhadores e trabalhadoras da cultura, direitos dos jovens e dos idosos.
Durante o encontro, Renato agradeceu o apoio recebido e defendeu que a CDHC possa continuar de portas abertas para a sociedade no sentido de acolher as demandas dos diversos protagonistas da luta social. "Meu sentimento é de muita gratidão. Nós temos aqui representações importantes de uma fatia da sociedade que luta de forma muito despojada, dedicada e generosa em defesa da dignidade humana", afirmou Renato. "E são pessoas que se encontram nessa luta a partir de diversas trajetórias suas trajetórias profissionais, de suas formações políticas ou de seus trabalhos nos movimentos sociais, mas também a partir de suas próprias experiências pessoais de sofrimento e de perda diante da violência".
Renato citou o caso das mães que perderam seus filhos assassinados pela violência institucional. "Não há dor maior que um ser humano possa experimentar. Um pai ou uma mãe enterrar seu filho ou sua filha", destacou. "E, no entanto, o desejo dessas pessoas não é de vingança, mas de justiça. É uma demonstração gigantesca de humanidade". Os vereadores recém eleitos do PSOL em Fortaleza, Gabriel Aguiar, Lila M.Salu e Louise Santana, essas duas da mandata coletiva Nossa Cara, também participaram da reunião.
Segundo Renato, o avanço do fascismo no Brasil se deu também em função da crise de representatividade na política. E a comissão, ele defende, pode ser uma possibilidade de aproximação desses setores da sociedade com o poder político e institucional. Por isso, o parlamentar destaca, os movimentos que pedem sua recondução à presidência da CDHC estão oferecendo uma oferta de compromisso com a nova gestão da Assembleia Legislativa, no sentido de estreitar o diálogo com esses movimento e continuar acolhendo suas lutas.
"Nós temos aqui reunida uma energia social muito importante, que está longe do poder econômico e muitas vezes em antagonismo em relação ao próprio", afirmou Renato, que destacou a importância do trabalho realizado pelo Escritório Frei Tito de Alencar de Direitos Humanos e do Comitê Cearense Pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, ambos ligados à Comissão. "Mas é uma energia social que luta por valores que são eternos, como a dignidade humana, a liberdade, a justiça, o respeito e a solidariedade. São valores que atravessam séculos. Essas são pessoas que vão sempre recusar a injustiça". (Texto: Felipe Araújo / Fotos: Máximo Moura - ASCOM.AL)