O plenário da Assembleia Legislativa aprovou na última quarta-feira (10) o projeto de lei no. 289/19, que institui no calendário oficial do estado a Semana de Conscientização sobre a Alergia Alimentar. A proposta é de autoria do deputado estadual Renato Roseno, feita em parceria com a Associação de Familiares e Amigos de Crianças com Alergias e Intolerâncias Alimentares (AFAC). O projeto foi sancionado pelo governador Camilo Santana e virou a lei estadual 16.936/19.
A ideia do projeto é sensibilizar a população cearense acerca do diagnóstico, tratamento e prevenção das diversas formas de alergia alimentar. De acordo com o texto, as atividades de conscientização serão executadas pelo poder público estadual, podendo para isso realizar parcerias com municípios e entidades da sociedade civil.
Dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) revelam que cerca de 8% das crianças com até dois anos de idade e 2% dos adultos sofrem de algum tipo de alergia alimentar. Mais de 170 alimentos são considerados potencialmente alergênicos, mas produtos como leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar são responsáveis por um maior número de reações.
De acordo com a ASBAI, as reações no corpo podem ser cutâneas, gastroinstestinais, orais, nas vias aéreas e cardiovasculares, podendo ir de manifestações leves até reações mais graves, comprometendo vários órgãos e oferecendo potencial risco de morte.
"É necessária a implementação de medidas que atendam a essas pessoas, seja com uma ação de conscientização que auxilie na melhora da qualidade de vida daqueles que sofrem com esse problema, seja ajudando na identificação dos sintomas naqueles que ainda não foram diagnosticados, mas que enfrentam as consequências desta doença", explica Renato.
Segundo Aline Saraiva, presidente da AFAC, a inclusão sócio-educacional do debate é uma forma de sensibilizar a sociedade. Para ela, a aprovação da lei é importante porque a causa ainda é muito invisibilizada no Ceará. "Não há contagem epidemiológica dos nascidos vivos e dos óbitos para alérgicos. Acreditamos que, com a aprovação do projeto, ampliaremos o debate para a política pública e desenvolveremos ações pedagógicas que promovam o respeito, a inclusão e deem visibilidade para causa", afirma. (Foto: divulgação)