“Em uma sociedade na qual, a cada 26 horas, uma pessoa é barbaramente assassinada, com requintes de crueldade, em razão da transfobia, não podemos dizer que vivemos plenamente uma democracia”. A fala é de Chico Pedrosa, presidente do Grupo Resistência Asa Branca (GRAB), entidade que foi homenageada na noite da última terça-feira, 6, em sessão solene no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. pelos seus 28 anos de ativismo nas causas LGBT e das pessoas vivendo com HIV/AIDS.
Foram condecorados na ocasião, simbolicamente, os militantes José Rocha Filho (o Rochinha), José Raimundo Ferreira Costa Neto, Maria Madalena Ferreira do Nascimento e Elísio Loyola. O requerente da sessão solene, deputado Renato Roseno (PSOL), destacou que a homenagem ao GRAB é uma homenagem “ a todos aqueles que resistem, que ousam, que amam. É uma homenagem à militância, àqueles que desejam ser livres. A todos que emprestam ou emprestaram à causa LGBT a sua luta e sua coragem”.
Em sua trajetória, o GRAB acumula inúmeras ações de formação sobre diversidade sexual e de gênero, de prevenção ao HIV/AIDS, criação e controle de políticas públicas que garantam os direitos de toda a população homoafetiva, transexual e travesti, bem como a realização, desde 1999, da Parada pela Diversidade do Ceará. “É emocionante e uma felicidade muito grande poder estar aqui parabenizando e homenageando o ativismo do Grupo Resistência Asa Branca. Nesses 28 anos a gente celebra muito, mas não podemos deixar de lembrar que nossa luta contra a LGBTfobia é todo dia”, defendeu Labelle Rainbow, representante do Fórum Cearense LGBT.
Para Renato, um outro mundo, mais tolerante e solidário à diversidade de amores e afetos, é não apenas possível, mas necessário e urgente, “O mundo que queremos é aquele onde cabem todos – homens e mulheres de todas as cores, de todos os gêneros, de todas as orientações sexuais. Todos seremos mais felizes em um mundo no qual não haja preconceito nem discriminação”.