A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) homenageou a Festa de Iemanjá em sessão solene realizada nesta quarta-feira (27/11), no Plenário 13 de Maio. O momento de celebração atendeu a requerimento do deputado Renato Roseno (Psol).
Celebrada anualmente no dia 15 de agosto, a festa é uma comemoração religiosa e cultural que busca homenagear a orixá Iemanjá, ligada à cultura e às religiões afro-brasileira, como a umbanda e o candomblé. O evento é reconhecido legalmente como patrimônio imaterial de Fortaleza, por meio do Decreto n.º 14.262, de 30 de julho de 2018.
Segundo Rennato, um dos motivos para a realização da solenidade são os diversos casos de racismo religioso no Brasil. “Foi na festa popular que se aprendeu a fazer resistência [...] Estamos divulgando com muita ênfase a necessidade de avançarmos contra o racismo religioso”, destacou.
Durante a sessão solene, foram homenageados com certificados as seguintes personalidades: Aila Maria de Sousa, Bia de Pombo Gira, Carlos Alberto Eliziario de Oliveira, Diego de Carvalho, Epitáfio de Oxóssi, Giuliano de Freitas Ferreira, Gardênia de Iansã, Irene de Souza Ferreira, Jairo Honório Filho, Josimar Alves Torres Serafim, João Carlos Gonçalves, Mãe Kelma, Liliane de Sousa Oliveira, Miguel Ferreira Neto, Moesio dos Santos Nunes, Paulo Ricardo Muniz, Raimundo Filho, Ribamar do Sibamba, Raimundo Sabino Severiano, Taquinha de Oyá e Tecla do Caboclo Tupinambá.
Mestre da Cultura do Estado do Ceará, o pai Neto de Tranca Rua falou em nome dos homenageados. Ele externou a satisfação em presenciar a solenidade em alusão à Festa, além de comemorar a presença da celebração em todo o litoral do Estado do Ceará. O homenageado cobrou também garantias para a realização do festejo todos os anos. “Ela precisa ter garantia de salvaguarda, um apoio institucional para a realização. Estamos trabalhando para que ela se torne patrimônio imaterial do Estado do Ceará”, comentou.
A Mãe Tecla do Caboclo, presidente da União Espírita Cearense de Umbanda, destacou a luta constante de resistência para que consigam garantir a existência da religião. Além de pedir “união e força”, ela também solicitou para que a festa “seja registrada como patrimônio imaterial do Estado do Ceará”.
Representando o Governo do Estado do Ceará, a secretária-executiva da Igualdade Racial do Estado do Ceará, Francisca Martír da Silva, falou sobre o contentamento em presenciar a homenagem à Festa de Iemanjá e defendeu a necessidade de continuar lutando contra o racismo. “Nós precisamos defender esse pensamento, essa prática política e recolocar na história do Brasil o devido papel de africanos escravizados para a construção do País”, avaliou.
Estiveram ainda presentes na mesa da solenidade a presidente da Associação Afro-Brasileira de Cultura ALÀGBA, Mãe Evelane Farias; o presidente da Associação Beneficente Cultural e Religiosa Afro-Brasileira do Ceará, pai Josimar de Tranca Rua; e a mestre da Cultura Nacional e sacerdote do Centro de Umbanda General de Brigada e Rainha Pombo Gira, mãe Bia de Pombo Gira. (Texto: Guilherme de Andrade - Agência ALECE / Foto: MArcos Moura - Agência ALECE)